SÃO LUÍS - Com milhares de visitantes a cada mês, o Museu do Reggae do Maranhão é o único equipamento cultural destinado ao ritmo no país e fortalece a salvaguarda da memória dessa importante manifestação cultural na cidade de São Luís, que agora possui o título de Capital Nacional do Reggae, sancionado pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin, na última terça-feira (12), a partir do Projeto de Lei nº 81, de 2020.
O diretor do Museu do Reggae, Ademar Danilo, definiu o título oficial concedido pela Presidência da República como mais uma conquista do ritmo no processo de resistência e reconhecimento cultural. O gestor frisou o impacto da medida para o fortalecimento do turismo e, também, para o aquecimento da economia.
“Esse título fortalece o movimento e fortalece o turismo, o que por consequência fortalece a cultura e a economia. Uma das partes mais importantes do reggae é compreender que ele sustenta milhares de famílias através da economia da festa e de outros setores da sua cadeia produtiva, como a moda e o artesanato”, observou.
Ademar Danilo também destacou o interesse do público pelo espaço, que conta a história do reggae no Maranhão a partir de um rico acervo, com discos raros, vídeos e fotos históricas, moda reggae ao longo do tempo, além de depoimentos gravados com personagens da cena reggae.
“O Museu do Reggae é a casa de cultura mais visitada do Maranhão. Em agosto tivemos 7 mil visitantes e em julho foram quase 10 mil visitantes. Nos dois primeiros anos do museu tivemos 120 mil visitantes, dos quais cerca de 50 mil turistas. Essa relevância do museu é representada pela quantidade de visitação diária e o título de Capital Nacional do Reggae fortalece ainda mais a nossa contribuição”, afirmou.
O Museu do Reggae conta com cinco ambientes. Na Sala dos Imortais, o espaço busca homenagear os grandes nomes do reggae maranhense que já morreram. Nos outros quatro ambientes, homenageia-se os tradicionais clubes de reggae de São Luís: Clube Pop Som, Clube Toque de Amor, Clube União do BF e Clube Espaço Aberto.
O mergulho pela história do ritmo impacta os visitantes. A turista Maira Leme é uma admiradora das músicas de Bob Marley, músico homenageado pelo equipamento cultural maranhense, e fez questão de visitar o espaço antes de voltar para a cidade de Santos, no estado de São Paulo.
“O que chamou a nossa atenção foi o fato de ser o único museu do reggae no Brasil. Nós escutamos bastante o Bob Marley e saber desse museu aqui no Maranhão nos motivou a vir conhecer. Acho muito rico e interessante saber que o reggae tem suas especificidades próprias aqui”, relatou Maira Lemos.
A estudante maranhense Hilauryana Silva, da Unidade de Educação Básica (UEB) Luís Viana, no bairro da Alemanha, visitou o Museu do Reggae pela primeira vez nesta quarta-feira (13). O fascínio com o ritmo vem de criança com a influência dos tios, mãe e avô.
“É uma música que quando a pessoa escuta dá vontade de dançar, agarradinho como é aqui em São Luís. Eu vejo esse título como de uma importância muito grande para que os outros estados reconheçam o nosso reggae. Eu nunca tinha vindo aqui no museu e gostei muito, é bem interessante”, contou.
Para Antônio Mendes, que é dançarino profissional há 40 anos, o título de Capital Nacional do Reggae é mais uma vitória da manifestação cultural que possui o combate ao preconceito em suas raízes.
“Como um dos pioneiros, a gente fica contente com esse reconhecimento pois há muitos anos o reggae combate o preconceito, esse reconhecimento é mais uma vitória para a gente. O Museu do Reggae guarda a nossa história e não vai deixa-la morrer, que é o que nós queremos, levar essa rapaziada nova a propagar essa dança, esse ritmo”, disse.
Parceira de dança de Antônio, Nilda Coelho vê o novo título nacional como reforço ao título popular já existente de Jamaica Brasileira. Ela afirma que quem conhece o reggae em São Luís não tem como não se apaixonar.
“Eu amo o reggae e vivo a essência do reggae e quero deixar como um legado esse ritmo e essa dança para as futuras gerações. É gratificante esse reconhecimento nacional e um orgulho. O Museu do Reggae é o único fora da Jamaica e é muito gratificante um espaço como este que mostra o nosso trabalho e apresenta o reggae para novas gerações”, destacou.
Relíquias do reggae
Além da história do ritmo, o Museu do Reggae do Maranhão guarda relíquias como a primeira guitarra da banda maranhense Tribo de Jah, usada pela banda em mais de 20 países, fazendo parte da história do grupo. Encontra-se presente a radiola “Voz de Ouro Canarinho”, de Edmilson Tomé da Costa, mais conhecido como Serralheiro, que foi um dos pioneiros do reggae no estado e disseminador do gênero musical nos anos de 1970.
O Museu do Reggae está aberto para visitação de terça-feira a sábado no horário das 9h às 18h e aos domingos das 9h às 13h. As visitas contam com a presença de monitores preparados para contar a história do acervo e que dominam a linguagem em libras, inglês e francês.
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