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COLUNA

Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

A vagina se adapta para receber o pênis

Quem quer um relacionamento precisa se adaptar.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual (Divulgação)

É fisiológico. Em condições normais, não existe vagina estreita ou curta. A vagina é elástica. E por isso, em condições normais, ela sempre vai se adaptar ao pênis. Ela é fêmea. As mulheres fazem isso. Em condições normais, elas se adaptam.

Esse processo de adaptação, em geral, não exige tanto esforço. E a gente nem percebe que é uma adaptação. Flui. Fazemos isso em outras áreas da vida também. Nos adaptamos à sapatilha do balé, ao rabo de cavalo que controla o cabelo desalinhado, e ao gosto musical daquele primeiro namorado. Ah, e nos adaptamos à moda também, ora amando e ora odiando aquela calça de cintura alta. 

Adaptar é necessário. Mas não apenas para a mulher! 

No consultório, por exemplo, aplico rotineiramente um exercício chamado "diálogo para solicitar uma mudança comportamental", uma poderosa ferramenta de adaptação que media conflitos entre casais. Os casais precisam aprender a se adaptar constantemente. 

Dialogamos sobre aquele comportamento que deixa o outro ressentido e magoado. Conversar a respeito daquela sensação e verbalizar a expectativa a partir disso, oferece uma excelente oportunidade de mudar ou não. Negociamos, porque relacionamento também é isso: negociação.

Hoje cedo, lavando a louça do café e pensando nas fichas que precisava preparar pro consultório, lembrei de vários micro-conflitos. Me peguei flutuando sobre quantas vezes estive no lugar de quem cede, adapta, permite, facilita e descomplica as coisas. "Eu sou uma mulher fácil demais", pensei. E então algo notoriamente muito complicado começou a me perturbar. 

De um lado, minha racionalização dando tapas na cara, me chamando de idiota, com personalidade volátil e carente emocionalmente. Com a esponja ensaboada nas mãos, repensei meus relacionamentos e questionei se cedi em tantos "diálogos de mudança comportamental" porque não queria perdê-los, porque não sabia me impor ou porque as adaptações realmente eram fáceis pra mim. Mas por que pra tanta gente é tão difícil, Mônica?

Do outro lado, a emoção me acalentava. Enquanto a água escorria, ela me dizia que relacionar também é aprender com o outro, também é mergulhar no mundo do outro e também é ceder, porque quando estamos dispostos a fazer dar certo, nos adaptamos, sim. E daí se alguns cedem mais e outros menos? "Piores são os que nunca se permitem", pensei.

Concluí (junto com o fim da louça do café) que a adaptação faz parte, e se adapta quem quer. Nem sempre é permissividade. Precisamos de equilíbrio, e ele é dinâmico. Aqui também tem elasticidade. 

Da fisiologia ao comportamento, em condições normais, as pessoas fazem isso: se adaptam.

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