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COLUNA

Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

O amor, o relacionamento e os seus tantos conflitos

(Conflitos são comuns em qualquer relacionamento)

Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual

Atualizada em 12/07/2023 às 17h12
Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual.
Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Aline e Cláudio se conheceram na faculdade, em um desses encontros curiosos da galera de exatas com a galera de humanas. Se apaixonaram, casaram e, claro, colecionam muitas histórias conflituosas ao longo desses quase 15 anos juntos.

Conflitos são comuns em qualquer relacionamento, e podem ser causados ​​por diferenças de personalidade, falta de comunicação ou problemas financeiros. Eles bebem água dessas três grandes fontes. Me procuraram no consultório para resolver uma questão sexual importante: a baixa frequência. Cláudio diz que Aline não o procura. Aline diz que sim, mas ele não responde. 

Perguntei se eles tinham desentendimentos regularmente, ambos negaram. Espaço para discussão só tem quem abre a boca. Em casa, eles já não conversavam. E quem não conversa, não discute. Entendi ali. Aquele espaço foi escolhido para lavar a roupa suja. Todo relacionamento tem conflito. Evitar falar a respeito não é resolver o conflito.

"Mas o nosso problema é apenas sexo", Cláudio lembrou.

“O problema é que o Cláudio não me deseja mais", Aline disse. 

Atendendo individualmente, foi mais fácil falar e abrir as portas das preocupações e sentimentos. Dentre muitas idas e vindas, um comportamento padrão: Aline esperava do Cláudio uma postura mais viril. Cláudio esperava da Aline um pouco mais de sensibilidade. Cada um esperava do outro aquilo que falava de si, e não daquela pessoa que estava ali na sua frente. 

Por ter uma forma de pensar e agir tão diferentes, Aline e Cláudio apresentavam dificuldade em ter seus sentimentos e preocupações compreendidos de maneira clara, o que frequentemente levava a mal-entendidos e agravava o conflito. 

Vez ou outra, na sessão, Aline repetia: “nosso problema é apenas o sexo”. Cláudio endossava, desacreditado. 

Uma técnica útil foi incentivar o casal a repetir o que o outro disse para garantir que eles tenham entendido corretamente. Isso garantiu que ambos estivessem na mesma página. Impressionante. Eles se irritavam muito no começo, mas em pouco tempo serviu como uma luva.  Outra técnica de grande valia foi usar o  “eu” em vez de “você”.  Cada um falando sobre como se sente, e não sobre o que “o outro fez sentir” reduziu exponencialmente as acusações antes corriqueiras.

Conflitos sempre existiram. A ideia da parceria é ter alguém com quem contar nessas horas. E eles tinham um ao outro. Queriam um ao outro. Decidiram por estar juntos, um pelo outro.  

Entendendo o todo e com disposição para dar certo, definimos metas claras e realistas, estabelecemos compromissos mútuos e definimos ações específicas que cada um poderia tomar para melhorar a situação.

Sim, foi um processo longo e complexo. Conflitos em relacionamentos geralmente envolvem questões profundas e emocionais que refletem lá na vida sexual. Podem levar um tempo para serem resolvidos, mas com paciência e disponibilidade, a vida segue com muito mais leveza. 

Cláudio vê e respeita Aline como Aline é. Esta, por sua vez, aceita e respeita o Cláudio como ele é. 

PS: A vida sexual deles nunca esteve tão boa em todos esses anos de relação. 

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