(Divulgação)
COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Com ele foi diferente. Inefável.

(Como explicar o inexplicável?)

Dra Mônica Moura/Sexologia Clínica e Educação Sexual

Dra Mônica Moura/Sexologia Clínica e Educação Sexual.
Dra Mônica Moura/Sexologia Clínica e Educação Sexual. (Divulgação)

A noite estava começando e nos encontramos na praia, em uma barraca de água de coco. Eu posso tentar dizer o que a gente não consegue dizer e você pode julgar, se quiser. Boba, romântica, inocente, idiota. Nesse instante aqui, qualquer palavra vinda de fora dessa sensação, pra mim vai ser indiferente. Sinto um negócio  indizível aqui dentro.

Vou tentar chegar o mais perto possível daquela que foi uma certeza baseada em nada certo. Quero contar sobre um encontro que me deu a audácia de pensar que eu teria ele na minha vida. Mas antes vou contextualizar.

Não sou a mulher que você vai excitar pedindo nudes, pagando duas cervejas ou exibindo seu corpo perfeito nas fotos sem camisa na praia. Apesar de reconhecer o que a maioria das outras mulheres acha excitante, eu não dou acesso a mim por essas portas. Entender a minha forma de relacionar foi o jeito mais saudável de saber o que esperar (e não esperar) das minhas relações. É assim que a gente reduz o risco de cair em relações rasas. Eu disse reduzir. É impossível evitar.

Eu sei que sou livre pra transar com quem quiser. Mas ter conexão suficiente para gerar uma atração sexual é bem mais complexo que ir pra cama com alguém. Por isso as minhas experiências sexuais foram limitadas a poucas pessoas. Não confunda com "ser puritana", definitivamente nunca fui. Meu plano também não era "me guardar para a pessoa certa", pelo contrário. Eu queria ser muito mais transante porque a liberdade sexual feminina é algo que acho lindo! Uma conquista merecida! Uma cadeira conquistada na mesa do poder! Mas preciso de vínculo para me sentir segura. Preciso de emoções como aquela do dia da água de coco na praia.

Com sotaques diferentes, falamos sobre a nossa paixão por caixa de ferramentas, sobre as coisas que mais gostamos na cidade, sobre a vida que cada um tinha antes de vir pra cá. Falamos sobre a vida que temos hoje, sobre os nossos tiques e nossas manias, sobre as nossas casas, os dias de faxina e o manejo delicado com as diaristas. Trocamos algumas palavras sobre o que foi vivido em relações passadas e absolutamente nada foi dito sobre o interesse afetivo/sexual no outro. 

Mas aquela inefável sensação me acompanhou naquele dia e nos dias seguintes. Reconheço que paixão é urgente, mas essa história foi diferente. Sem pressa nenhuma, eu simplesmente peguei a estrada. Fui prestando atenção na sinalização do asfalto, nas curvas, lombadas, buracos, pedras e pessoas a desviar no caminho. Fiz as paradas necessárias. Uma coisa de cada vez. Sem pressa. O sexo ia acontecer, e com a sensação tranquila que o percurso me deu, eu sabia que seria do jeito que foi.

Pra mim, sexo é entrega absoluta. E quando a gente se entrega pro sexo de verdade, tudo flui.

É diferente. Inefável.

Você já viveu isso?

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