Sexo com Nexo: A segunda chance
(quando a gente menos espera)
Quando a gente menos espera, já é sexta-feira. Daí a gente se dá conta de que o divórcio aconteceu há 1 ano e meio, embora pareça que a gente só cochilou. Talvez nem tenha dado tempo pra se espreguiçar, lavar o rosto ou tomar uma xícara de café. A vida simplesmente chegou gritando “bom dia” e anunciando que você já tem permissão para sorrir novamente. Poderia ter sido na quinta. Poderia ter sido no dia seguinte ao divórcio. Poderia ter sido durante o jantar daquela pior noite que tivemos insônia. Poderia ter sido em qualquer outro momento, mas não! A segunda chance vem quando ela quer e cabe a nós permitir que ela se aconchegue. Só isso mesmo. Permitir. Nós nos permitimos. E quando a gente menos espera, alguém atravessa a porta.
Engraçado que quando pensamos na pessoa que atravessou a nossa porta, surgem sintomas físicos bem parecidos com uma crise de ansiedade: euforia, agitação, coração acelerado (...) e putz! É tão difícil acreditar quanto tentar esconder mas, sim, vamos aceitar que nós estamos apaixonados!
Talvez a gente nem queira, mas o nosso olhar denuncia. Ele entrega tudo. Pessoalmente fica evidente a fascinação boba sobre o outro, e quando não estamos perto, os olhos estão vidrados no celular pra conferir se chegou uma mensagem no whatsapp, um meme no direct, uma nova foto. Não dá pra evitar! Sim, nós abrimos a foto do perfil do whatsapp só pra olhar e olhar e olhar. Nem que seja uma só vez.
Outra coisa que nos surpreende são os pensamentos intrusivos. Como pode ser normal um serumaninho que surgiu do nada e nem existia há poucos dias atrás atravessar a nossa porta e rapidamente ocupar 80% do nosso espaço consciente aleatório?
Sabiamente o nosso corpo entende que não suportaríamos viver esse sentimento obsessivo compulsivo pra sempre. Paixão tem prazo de validade, senão seria incompatível com a vida e aquele grito de "bom dia!".
Alguns estudos contam que quando existe interesse em união afetiva ou que a relação seja duradoura, os impulsos sexuais são secundários ao interesse em permanecer ao lado. É como se nós preferissemos estar perto do que necessariamente transando. "Tá, mas na possibilidade de escolher, por favor, peça os dois. E embale pra viagem!"
Quando a gente menos espera, aquela vontade de estar só agora é diferente. A gente se dá conta de que quer estar só e somente só com aquela pessoa. E que não quer dividir ela com ninguém, apesar dos estudos e dos prazos de validade. Apesar do tempo. Apesar de tudo. É a nossa segunda chance.
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