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COLUNA

Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Não sexualize antes de conhecer

(abordagens para quem busca conexão)

Dra Mônica Moura/Educação Sexual e Sexologia clínica

Atualizada em 02/05/2023 às 23h39
Dra Mônica Moura/Educação Sexual e Sexologia clínica.
Dra Mônica Moura/Educação Sexual e Sexologia clínica. (Divulgação)

Existem muitas formas de conversar. Todas elas podem levar pra cama. Todas!  

Mas pra começar, vou te mostrar um contexto que talvez não funcione pra quem precisa de uma conexão antes da cama: a sexualização impiedosa nas primeiras palavras.

“Nossa, como você é gostosa”, “Te achei uma delícia”, “Te quero em cima de mim” e “Já sonho contigo na minha cama” são abordagens que não me convidam a se conectar com ninguém. Buscam o coito, sim, mas não uma conexão.

Convites indiretos no estilo “Vem pra minha casa”, “Que tal um lugarzinho neutro e aconchegante?” e “Tentamos um Netflix ou algo melhor, você que sabe!” estão sendo reproduzidos em massa, mas talvez, pra quem precisa de conexão prévia, não seja a melhor proposta para as primeiras conversas.

Existem muitas formas de conversar. Todas elas podem levar pra cama, já disse. 

Conte trivialidades sobre o teu dia e pergunte sobre o dia outro. Fale daquela chuva que te pegou desprevenido e molhou todo o teu sapato. Sobre a tua mania de trocar as senhas sem anotar e esquecer delas na maioria das vezes. Deixa o outro te falar da sua habilidade inútil como sommelier de água, ou da playlist maravilhosa que montou pros dias de leitura. Tente entender como seria viver a vida do outro por um dia. Comente sobre os pets, os filhos, o ritual de lavar as roupas de casa.

Falar sobre os sutis dramas familiares, a tia fofoqueira, as viagens inesquecíveis (pra perto ou pra longe) aproxima e conecta a um outro ser humano. Conte das experiências engraçadas ou tristes, sem precisar falar mal de ninguém pra te enaltecer. Conte dos teus casos de amor com delicadeza e respeito, sem se vitimizar ou expor “os podres do ex”, pois embora alguns acreditem que isso é pertinente, vai por mim: nunca é!

Conte dos seus amigos. Das suas experiências com app de relacionamento. Daqueles congressos mais divertidos da Universidade. Fale da vida. Da tua habilidade na cozinha. Pergunte sobre a sensação do domingo à tarde.

Contem sobre os seus pratos favoritos. Compartilhem aquela música que não saiu da sua cabeça o dia inteiro. Diz que detesta ler, detesta música ou só come miojo no jantar, mas me fala a verdade quando for conversar. 

Quando der/puder/quiser, escolham um lugar pra se encontrar. 

A verdade sobre a vida real é excitante. Olho no olho, o movimento da boca enquanto fala… tudo isso é sexy! Compartilhe as suas preferências. Cheiro no cangote, dormir de conchinha e voluptuosidades carnais serão bem vindas a partir da conexão. Quando perceber, a coisa já está pegando fogo - um fogo crescente, com nexo, com sentido.

A conversa que começa não sexualizada conecta e leva pra cama. Leva pro sexo casual também, por que não? Buscar vínculo não é pedir em casamento. É tornar cada momento realmente especial.

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