(Divulgação)

COLUNA

Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Sobre o carnaval, pensamos diferente

(E tá tudo bem)

Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual

Atualizada em 02/05/2023 às 23h58
Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual.
Dra Mônica Moura/ Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Um bom desafio aos apreciadores de arte é entender que nada é absoluto. Tudo é muito incerto e abstrato. Julgar o preço de uma pintura como "cara" ou "barata" é tão inadequado quanto julgar uma música como "boa" ou "ruim". Há quem enxergue beleza e alto valor em todas (eu disse todas) as manifestações artísticas, concorde você ou não. 

Pensando nessa pluralidade artística, me veio um insight e o entendimento de que talvez por isso a expressão "arte da sedução" seja tão apropriada. Nossa… como é difícil mapeá-la também!

Aos apreciadores da arte festeira, nada é mais sedutor que o carnaval, imagino, mas confesso que a minha cabeça dá um nó! Reconheço e tenho respeito por ele, uma das festas mais animadas e libertárias do mundo. É onde as pessoas se entregam à alegria e à diversão sem muitos pudores. A sedução carnavalesca pulsa, é inegável. 

Mas as sexualidades são distintas, ímpares, peculiares. O nó na minha cabeça acontece quando observo uma cobrança por "entrar na dança". Entendo que seja um momento propício para os "rolês casuais", mas esses encontros descompromissados ​​entre pessoas que se conhecem apenas superficialmente não são a minha praia. E tá tudo bem pensar diferente. 

O que representa o João, não representa o José. O que atrai a Maria, causa repulsa na Teresa. E tá tudo certo. Talvez algumas vezes a gente só esteja olhando em outra perspectiva mesmo. Posso apresentar o meu olhar?

Pra mim, não faz nenhum sentido me aproximar de um cara em uma festa de rua só porque ele é bonito, divertido e parece estar animado. Não sou a mulher que vai dançar junto e, em um momento de euforia, beijar na boca. Não consigo imaginar uma química que logo faça eu me agarrar a esse desconhecido no meio da multidão, sem me importar com quem poderia estar observando. Respeito quem o faça. E também entendo quem decide sair dali pra continuar a festa em um lugar mais tranquilo, viver uma noite intensa, transar descompromissadamente, sem troca de telefone ou promessas de um futuro encontro. Entendo. Mas eu não curto essa experiência.

No dia seguinte, acordar sozinha na minha cama, talvez (talvez) uma mensagem no Instagram. Cada um seguindo com sua vida, como se nada tivesse experimentado. Confesso que, por um momento, só em escrever, já senti um pouco de vazio.

Reforço: as sexualidades são distintas, ímpares, peculiares. Essa é apenas uma leitura de apenas um episódio (em meio a tantos outros) que a vida tem a oferecer. Abrace a oportunidade única de experimentar a sua vida e a sua sexualidade sem amarras e sem julgamentos. E tá tudo certo, desde que você esteja olhando e respeitando A SUA PERSPECTIVA também. Do nosso jeito, só esperamos encontrar alguém que, mesmo que por um breve momento, faça a nossa vida ficar um pouco mais colorida.

 

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.