Carnaval 2023

Cortejo de tribos de índio e blocos afro marca encerramento do Carnaval 2023 em São Luís

Com muita alegria, os grupos se apresentaram para uma multidão de foliões na Madre Deus.

Gustavo Arruda / Na Mira

Apresentação do bloco afro Aiyê Amadê. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)
Apresentação do bloco afro Aiyê Amadê. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)

SÃO LUÍS - A despedida do Carnaval 2023, promovido pela Prefeitura de São Luís, ocorreu nesta terça-feira (21), com um animado cortejo pelo bairro Madre Deus, entre a Vila Gracinha e a Casa das Minas, histórico templo de tambor de mina, religião que os descendentes africanos de origem jeje e nagô estabeleceram no Maranhão durante o Século XIX. Com muita alegria e belas fantasias, as tribos de índio e os blocos afro fizeram grandes apresentações e embalaram os foliões por um dos principais redutos da cultura maranhense, fortalecendo sua identidade e as tradições que atravessam gerações.

GALERIA: Confira as imagens do cortejo de tribos de índio e blocos afro em São Luís

O cortejo na Madre Deus teve início no final da tarde, com uma apresentação de Tambor de Crioula, dança característica do Maranhão e Patrimônio Cultural do Brasil. Marcada pela movimentação intensa, pela coreografia animada, pelas cores vivas e pela descontração de seus integrantes, a apresentação da Turma dos Crioulos empolgou a multidão que acompanhava o início da festa.

A Turma dos Crioulos iniciou o cortejo de Carnaval na Madre Deus com muito tambor de crioula. (Foto: Gustavo Arruda / Grupo Mirante)
A Turma dos Crioulos iniciou o cortejo de Carnaval na Madre Deus com muito tambor de crioula. (Foto: Gustavo Arruda / Grupo Mirante)

Em seguida, as tribos de índio fizeram o cortejo entre a Vila Gracinha e a Praça do Goiabal. As crenças, costumes e valores dos povos nativos do Brasil foram representadas por 11 grupos: Sioux, Tapiaca Uhu, Upaon Açu, Carajás, Curumim, Guarany, Itapoan, Kaiapó, Kamayurá, Tupinambás e Tupiniquins. Os brincantes exaltavam o retorno às festas de Carnaval após dois anos de pandemia e a valorização da cultura popular.

A tribo Tapiaca Uhu marcou presença no cortejo. (Foto: Gustavo Arruda / Grupo Mirante)
A tribo Tapiaca Uhu marcou presença no cortejo. (Foto: Gustavo Arruda / Grupo Mirante)

"Foi uma maravilha estar aqui de volta. Tivemos vários blocos de tribos de índio durante muitos anos em São Luís e é importante manter essa tradição. Passamos um tempão parados, mas estamos aqui com força, resistência e coragem para continuar nossa brincadeira sem parar", disse Wellington Viana, conhecido como Índio Pipoca, que participa há quase 40 anos da tribo Sioux.

Depois das apresentações das tribos de índio, os blocos afro iniciaram o cortejo até a Casa das Minas, manifestando a força, a dança, a cultura e as ideias do movimento negro pelas ruas da Madre Deus, com foco no combate ao racismo e a todo tipo de preconceito. Os blocos Abibimã, Abiyeye Maylo, Aiyê Amadê, Aruanda, Akomabu, Didara, GDAM, Jurumê, Netos de Nanã e Officina Affro, com um ritmo contagiante e adereços coloridos, enalteceram suas raízes e fizeram um bonito Carnaval pela Madre Deus.

Com muita alegria, os blocos afro seguiram o cortejo pelas ruas da Madre Deus, em São Luís. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)
Com muita alegria, os blocos afro seguiram o cortejo pelas ruas da Madre Deus, em São Luís. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)

"É uma euforia e uma alegria muito grande fazer parte desse cortejo, é uma cultura que faz parte da nossa vida. Depois desses dois anos terríveis que passamos, é muito importante estar renovando a nossa esperança e a nossa alegria nesse Carnaval, que faz parte da vida de cada um de nós. Os blocos afro sempre trabalham com a luta contra o racismo, com o orgulho de ser negro, e esse reconhecimento da nossa cultura é muito importante para todos nós que fazemos parte disso", afirmou Ana Maria, de 56 anos, que faz parte do Centro de Cultura Negra (CCN).

Carnaval

O cortejo das tribos de índio e dos blocos afro na Madre Deus encerraram oficialmente a programação do Carnaval 2023, organizado pela Prefeitura de São Luís. As festividades tiveram início na última sexta-feira (17), com o prefeito Eduardo Braide fazendo a entrega simbólica da chave da cidade à Corte Momesca. Em seguida, os blocos tradicionais do Grupo B fizeram suas apresentações na Passarela do Samba Chico Coimbra, no Anel Viário.

No sábado (18), se apresentaram os 18 blocos tradicionais do Grupo A, que levaram ao público toda a beleza e riqueza de suas fantasias. Já no domingo (19) e na segunda-feira (20), ocorreu o tradicional desfile das escolas de samba de São Luís, com 12 agremiações na disputa pelo título.

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