Carnaval 2023

Saudade e encantaria são temas da Flor do Samba e Turma da Mangueira, destaques da última noite na Passarela

Também desfilaram, nessa segunda (20), a Unidos de Fátima, Mocidade Independente da Ilha e Império Serrano.

Neto Cordeiro/Na Mira

Atualizada em 22/02/2023 às 06h21
A Passarela do Samba foi palco dos desfiles das escolas de samba após dois anos sem Carnaval. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
A Passarela do Samba foi palco dos desfiles das escolas de samba após dois anos sem Carnaval. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

SÃO LUÍS – O quarto dia de desfiles na Passarela do Samba Chico Coimbra já deixou saudades e o gostinho de quero mais depois de dois anos sem esse agito no Anel Viário. Por falar em saudade, foi este o enredo da campeã do último concurso em 2020, a Flor do Samba.

A Flor do Samba foi um dos destaques da noite dessa segunda-feira (20), assim como a Turma da Mangueira que entrou no universo do sagrado e das encantarias.

Primeiras da noite

Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Fátima. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Fátima. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

A noite de desfiles começou após as 22h com a Unidos de Fátima fazendo uma homenagem à médica e deputada estadual Helena Dualibe. Ela que vem como uma figura inspiradora, repassando valores como justiça e bondade.

“Helena Duailibe é luz”, “luz que dá inspiração” e “lutou, trabalhou e venceu” são alguns trechos do samba-enredo que animou o público nas arquibancadas. A escola, que surgiu em 1957, levou três carros alegóricos para avenida.

Em seguida, veio a Mocidade Independente da Ilha do bairro Cohab Anil. Fundada em 1986, a agremiação mostrou a magia do circo. Uma comissão de frente com mágicos e grande cartola anunciavam que o show estava começando.

Carro da Mocidade Independente da Ilha que falou sobre o circo. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Carro da Mocidade Independente da Ilha que falou sobre o circo. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)



O samba de Júlio Braga apontava figuras que não podem faltar no circo. “Tem contorcionista, equilibrista, bailarina e o domador, mas a maior atração está no ar é o palhaço”, diz um trecho. Após uma viagem pela fantasia e surpresas circenses nas alas, lá estavam eles, os palhaços, em clima total de diversão e alegrando crianças e adultos. A escola levou apenas dois carros para a Passarela, além de 900 componentes.

Extra! Extra!

A terceira escola de samba a entrar na avenida foi a Império Serrano, que falou dos 70 anos do Jornal Pequeno. Os anos de muito trabalho e prestação de serviço de um dos tradicionais jornais impressos da capital foram lembrados nas alas da escola de samba. 

Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Império Serrano. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Império Serrano. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

O fundador do Jornal Pequeno, o jornalista José Ribamar Bogéa foi destaque no enredo por sua importância na história do Maranhão.

Uma dessas alas enalteceu o futebol maranhense, outras lembram os cadernos de cultura, política, saúde, turismo. O enredo também relata a fase em que o jornal impresso ganhou o colorido e se atualizou diante das novas tecnologias. A escola do Monte Castelo levou três carros alegóricos para a avenida.

Viagem de Fé

Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Turma da Mangueira. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Turma da Mangueira. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

A penúltima escola a desfilar trouxe o tema: “Morada Sagrada dos Reis da Encantaria do Maranhão: uma viagem de fé aos tempos sagrados de nossos guardiões”. A Turma de Mangueira coloriu de verde e rosa a avenida e fez o público cantar forte seu samba. 

Fundada em 1928, a escola mais antiga da capital, mostrou, de fato, amadurecimento, sabia o que estava fazendo e veio com sede de vitória. Atravessaram a avenida com três carros alegóricos e alas mais robustas que das agremiações antecessoras.

O enredo entra no cenário místico e de seres encantados do imaginário maranhense. “São várias as famílias de Reis e fidalgos que viveram em alguma época, em algum lugar do mundo que fazem parte do encantador mundo místico do maranhão, presente nas Casas de cultos afros”, de acordo com a sinopse apresentada pela escola à comissão julgadora.

Comissão de frente da Turma da Mangueira. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Comissão de frente da Turma da Mangueira. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

A comissão de frente validou os costumes indígenas nativos do Maranhão. Cores fortes como o preto e o vermelho apareceram algumas vezes nesta passagem poderosa da escola. Por fim, o público ficou maravilhado com o desfile memorável da Turma da Mangueira. 

Eita, saudade danada! 

Flor do Samba levou três carros alegóricos para a avenida. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Flor do Samba levou três carros alegóricos para a avenida. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

A Flor do Samba mais que confirmou que todo mundo estava mesmo era com saudade do Carnaval de Passarela, com saudade de fazer e cantar samba e com saudade, obviamente, de sambar. 

A quinta escola da noite falou da saudade de um amor que deixou o cheiro no ar. “Aquela carta que o amor escreve, o primeiro beijo, ninguém esquece”, diz um trecho do samba.

Comissão de frente da Flor do Samba. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Comissão de frente da Flor do Samba. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

As alas emanavam amor. A Flor falou do renascimento de um encanto, de uma saudade danada e de um amor que não passa. A escola finalizou o desfile quase às 4h desta terça-feira (21), com seus integrantes e a comunidade gritando: “É campeã!”.

Realizado pela Prefeitura de São Luís, o Carnaval na Passarela do Samba foi coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult). Em quatro dias, 50 agremiações carnavalescas desfilaram no local.

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