SÃO LUÍS - A Dança Portuguesa, herança lusitana que faz parte da tradição junina maranhense, foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Maranhão. O reconhecimento se deu por meio do Projeto de Lei 321/2022, de autoria da deputada estadual Detinha (PL).
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No Maranhão, a dança passou a ser inserida nas festividades juninas desde 1975, quando a filha de uma portuguesa, que morava em São Luís, decidiu juntar os amigos e fazer uma Dança Portuguesa na festa junina da escola. Com o sucesso da apresentação, a mãe da estudante decidiu montar um grupo para ensinar a dança, nascia aí o primeiro grupo de Dança Portuguesa do Estado.
Tradição
Na tese de doutorado em Arte, desenvolvida pela maranhense Tânia Cristina Costa Ribeiro, a pesquisadora destaca que no Maranhão, a Dança Portuguesa se caracteriza como uma manifestação cênica apresentada durante as festas juninas, nos arraiais das cidades, bem como em praças e ruas das comunidades, nos pátios de igrejas e outros locais.
A tradição da da portuguesa é muito presente em São Luís e nas cidades de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, que fazem parte da Região Metropolitana capital maranhense, bem como em cidades da Baixada Maranhense. Atualmente, existem 80 grupos de Dança Portuguesa no Maranhão.
Passos
A dança, que é coreografada, conta com movimentos lentos e sequências de movimentos rápidos, havendo saltos e giros em torno do próprio corpo ou em torno do outro brincante. E, para combinar com a beleza dos figurinos, os integrantes da dança se apresentam com uma postura altiva e elegante, que tem forte ligação com a postura dos participantes dos bailes europeus.
“A postura corporal que prevalece durante toda a dança envolve os braços abertos e semiflexionados erguidos acima da cabeça, exibindo o peitoral. Essa é uma postura que caracteriza a presença dos rapazes em cena. Entre as mulheres, a postura dos braços se diversifica: ora utilizam as mãos na cintura, ora obedecem à mesma postura dos rapazes, ao fazerem uso dos lenços ou leques. O conjunto dos brincantes apresenta a cabeça sempre erguida, o que acentua um olhar em direção à linha do horizonte”, destaca a tese.
Mas não é só o figurino que chama a atenção, as músicas utilizadas nas apresentações também trazem as raízes portuguesas. Os grupos dançam sempre aos pares, ao som de músicas tradicionais de Portugal e outros gêneros, como fados e viras.
“A mudança da estrutura coreográfica entre os pares acontece seguindo o constante ritmo da música que é eletronicamente mixada. O repertório musical apresentado é gravado e inclui diversos gêneros (romântico, pop, clássico, pop francês, sertanejo, circense, portuguesa contemporânea e zouk, entre outros). É comum a todos os grupos, a presença de músicas mixadas com um texto elaborado por eles, inserido na mudança das músicas durante o espetáculo. Na maioria das vezes, a passagem de uma música para outra altera a posição dos brincantes no espaço. A cada interferência da mixagem, são feitas mudanças na dinâmica da dança que alteram suas formas e também o seu ritmo”, aponta a tese de Tânia Cristina.
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