Dois torcedores ilustres
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Os dois estarão na Ala VIP da FIFA durante as duas partidas de hoje, no grande baile das quartas de final, na Copa do Catar.
O ex-presidente argentino Maurício Macri e o maranhense conselheiro mundial da FIFA, Fernando Sarney.
Macri torcendo para a Argentina dançar mais um tango com Messi contra a Holanda; e Fernando sonhando com uma batucada de samba com Neymar contra a Croácia.
Hoje é dia de baile
O Brasil enfrenta hoje a Croácia, às 12h, pelas quartas de final da Copa do Mundo, tentando manter vivo o sonho do hexa
Com Certeza, teremos uma sexta-feira com hora apenas para começar. Só Alá, no deserto, sabe quando e como o dia vai terminar. Espera-se que seja em verde e amarelo, com carnaval em Doha e apoteose do Oiapoque ao Chuí.
A partir das 12h, o Brasil enfrenta a Croácia e os seus traumas no Estádio Cidade da Educação, uma arena em formato de diamante e iluminada como são os sonhos de todo um país tropical, quente como o verão no Oriente Médio.
É inadiável: ou a Seleção vence ou volta para casa. O funil da Copa do Mundo no Catar se estreitou e não há desvios.
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Há um frio que percorre a espinha dos brasileiros. Faz cinco Copas que voltamos mais cedo do que o esperado, sempre pelas mãos de europeus. Uma geração inteira desconhece o mundo depois de encontros com eles em decisões.
Nessa geração, incluem-se alguns dos nossos principais nomes do momento. Vini Jr. e Antony tinham dois anos em 2002. Rodrygo, um. Paquetá, Richarlison e Raphinha, cinco. Martinelli recém tinha feito aniversário de um ano quando o Brasil ganhou o penta, a última vez que vimos o que há do outro lado desse muro psicológico que nos atormenta.
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Há um otimismo de que essa sina desaparecerá no sextou mais trepidante dos últimos tempos, com sessão dupla de Brasil e Argentina.
Muito por esses garotos que enchem de vida, alegria e pagode o ambiente da Seleção. Eles têm a leveza de quem não sofreu ainda uma grande desilusão amorosa. Como foi aquela noite de julho de 2018, em Kazan. Como doeu perder para a Bélgica e voltar mais cedo. Só que esses garotos, que são a alma do Brasil, não têm nada a ver com isso. Chegaram depois, há pouco. O que é um alento.
É essa mesma alegria que pauta o comportamento da torcida brasileira em Doha. Há uma conexão forte entre arquibancada e Seleção. Os torcedores entoam cânticos e pulam como se estivessem empurrando seus times nos estádios do país. Os jogadores repetem as músicas e entram batucando e cantando no vestiário, no treino, no hotel ou até mesmo trinchando cortes de carne folheada a ouro.
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Há uma alquimia que faz diferença e se alastra pelos pontos turísticos lá em de Doha. O Souq Waqif, o mercado persa repaginado nesta onda de construção do país, efervesce com o calor humano dos brasileiros.
Árabes, indianos, nepaleses e cingaleses olham impressionados de suas lojas, que vendem desde os temperos que estimularam as navegações do século 16 às quinquilharias saídas da China.
As mulheres, vestidas com as abayas pretas e a sheyla a cobrir cabelo e rosto, puxam smartphones da bolsa e filmam. As crianças tentam imitar os passos, com a inocência de quem está vendo o mundo pela primeira vez.
Todos se impressionam, ninguém passa ileso a um grupo de brasileiros com as camisas que levam no peito as cinco estrelas mais pesadas do futebol mundial.
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Na verdade, a impressão é de que tudo no deserto está sendo visto pela primeira vez. Há 15 anos, Doha era uma cidade de prédios baixos, comércio de calçada e, acreditem, ruas cujo piso era a areia do deserto.
Tudo se transformou em uma aceleração vertiginosa. Espigões de arquitetura arrojada, autopistas de asfalto impecável que mais parecem as autobans alemãs, shoppings com grifes famosas e carros de luxo, como os Aston Martin de James Bond, compõem a paisagem.
O país quer conquistar o mundo. Assim como a Seleção quer o Mundial. Há um paralelo entre esse nosso Brasil e o Catar novo em folha. Temos uma Seleção jovem, com diamantes que fariam qualquer torcida no mundo suspirar, e nomes tarimbados, com história longa no campo igual à história dos Al Thani, os manda-chuvas daquela parte do planeta há 150 anos.
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É essa alquimia que nos faz acreditar em uma vitória nesta noite no Estádio Cidade da Educação, de um time responsável – como são Alisson, Thiago Silva e Casemiro – e irreverente – como são Vini Jr., Neymar e Richarlison, o dono da dança do Pombo, que é muito a cara da Seleção que está no Catar.
Se até Tite, o técnico sisudo, caiu na dança brasileira em Doha, não seremos nós que ficaremos contidos. Ainda mais neste sextou com cara de banquete.
Um sextou que tem hora para começar. E só Alá sabe quando termina.
Ministério de Lula
Faltando menos de um mês para subir a rampa do Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2023, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não anunciou oficialmente quem serão os seus ministros.
No entanto, diversos nomes são cogitados para a Esplanada dos Ministérios.
Ontem, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Lula vai começar a anunciar os ministros do novo governo nesta sexta-feira. A ideia original era deixar os anúncios para depois da diplomação, marcada para segunda-feira (12).
O governo de transição convocou um pronunciamento de Lula para esta sexta, às 10h45min.
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De acordo com Gleisi, serão anunciados os ministros "mais evidentes".
A expectativa é que Fernando Haddad (PT) seja confirmado na Fazenda e José Múcio na Defesa.
Também devem ser confirmados o ex-governador e senador eleito Flávio Dino na Justiça e o baiano Rui Costa na Casa Civil.
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Enquanto os nomes oficiais não são divulgados pelo presidente eleito, eis alguns das principais apostas que circulam na imprensa:
Alexandre Padilha é cotado para voltar à pasta das Relações Institucionais no novo governo; Alexandre Silveira, ainda sem pasta específica; Aloizio Mercadante é cotado para o Ministério das Relações Exteriores ou para a pasta de Planejamento, que no governo Bolsonaro foi fundida com a Fazenda.
Fernando Haddad deverá comandar a Fazenda;o maranhense Flávio Dino é cotado para os ministérios da Segurança Pública e da Justiça; e a também maranhense Sônia Guajajara é cotada para o novo Ministério dos Povos Originários.
DE RELANCE
A sesta tem seu valor
Vez por outra o cronista Mario Corso nos brinda com textos excelentes sobre o cotidiano. Esta semana, ele falou que na longa lista das suas invejas, despontam os sesteadores.
Faço coro com ele porque eu também não consigo fazer aquela benéfica parada que corta o dia em dois. O hábito não poderia ser mais benigno, apontam inúmeros estudos. A melhor defesa da sesta escutei dias atrás, mas preciso contar o contexto.
Recentemente li, por sugestão de Mário Corso, o livro Erótica do Sono: Ensaios Psicanalíticos sobre a Insônia e o Gozo de Dormir, de Mario Eduardo Costa Pereira. Um livro extraordinário sobre a epidemia da dificuldade de dormir.
Suas teses apontam para a desvalorização do sono na atualidade. Dormir deixou de ser um momento de relaxar, de entregar-se a esse prazer, para ser uma perda de tempo antes de voltar à atividade diurna.
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Hoje, uma boa soneca opera uma espécie de resignação pragmática: sabendo que o corpo e o cérebro precisam de repouso para o bom funcionamento, aceitamos dormir.
Agimos como se o sono não fizesse parte da vida real, mas fosse um pedágio chato para resgatar as forças necessárias para viver.
Perdemos a noção do sono como um momento de recolhimento prazeroso.
A lógica da produtividade invade todas as esferas da vida. Para conseguir parar inventamos desculpas, o dito ócio criativo é o melhor exemplo. Paramos para produzir mais, sendo criativos, e não pelo prazer de parar e termos um tempo nosso, que gastaremos como der na veneta.
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A dificuldade de dormir, segundo o pediatra Mário Becker, já afeta os bebês. Pais exaustos chegam aos consultórios perguntando por que seu filho não dorme. Ora, não dormem também porque o sono não é valorizado, o espírito da nossa época o considera tempo perdido.
Quanto à questão da sesta, que não está no livro, o autor considera este hábito uma marca cultural suprema. Disse que deveríamos medir o progresso civilizatório de um povo pela adesão à sesta.
Sestear é recolocar as coisas em seu devido lugar, é resgatar o prazer de descansar, é abrir um espaço durante o dia para mergulhar na dimensão onírica, é marcar que valemos em si e não pelo que produzimos.
Como diria o poeta Mário Quintana: “Sonhar é acordar-se para dentro”.
Uma estrela que se apaga
Hoje, acordamos com a triste noticia do falecimento de Ana Rosa Silva Nagem, ocorrido essa madrugada em São Paulo.
Ela deixa viúvo o coronel do Exército (reformado) Júlio César Aboud Nagem.
Ana Rosa guardava em sua biografia um fato extraordinário: na festa dos 350 anos de fundação da cidade de São Luís, ela foi destaque de capa da poderosa revista O Cruzeiro, por sua bela participação como índia no espetáculo I Juca Pirama, que arrancou aplausos nas ruas desta Capital.
O brilho de Ana Rosa, mulher dócil e muito bonita, vai permanecer eternamente iluminando os que, como este Repórter PH, conviveram mais de meio século com ela.
Na playlist dos 60+
A Senior Lab, especializada em mercado e consumo da população 60+, finalizou mais um levantamento sobre os artistas e conjuntos preferidos do público mais maduro no país.
No top 10 nacional, dois pontos chamam atenção, diz o CEO da consultoria, Martin Henkel: um deles é a manutenção da cantora sertaneja Marília Mendonça na parte de cima da lista, mesmo depois de um ano do acidente que vitimou a rainha da sofrência.
– E a não tão surpresa assim é a Gal Costa, que nunca apareceu nas 20 primeiras posições, e agora ficou na 5ª – diz Henkel, concluindo que a morte de Gal elevou o interesse do público 60+ nas suas canções.
O levantamento considera o que é mais ouvido na plataforma de streaming de músicas e podcasts Deezer. Se nas paradas nacionais predomina o sertanejo, entre os cantores e conjuntos internacionais há maior mescla de estilos e em relação às gerações dos artistas.
Papai Noel econômico
O preço é o critério que mais aparece para compra do presente de Natal. Ele foi citado por 55,7% dos entrevistados na pesquisa sobre o tema.
Roupas lideram a lista de presentes para dar e também a do que quer receber.
Cosméticos, perfumes e itens de higiene ganharam espaço entre o que se gostaria de ganhar.
Magistratura do Trabalho
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) deve publicar em 6 de janeiro de 2023 o edital de abertura do 2º Concurso Público Nacional Unificado da Magistratura do Trabalho. Serão ofertadas cerca de 300 vagas em todo o país, e a abertura das inscrições está prevista para 9 de janeiro.
O concurso é realizado pelo CSJT e conta com a adesão de todos os 24 Tribunais Regionais do Trabalho. O certame será coordenado pela Comissão Executiva Nacional, com o apoio das Comissões Examinadoras e a assessoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que prestará serviços técnicos especializados nas cinco etapas do concurso.
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A primeira e a segunda etapas serão de caráter eliminatório e classificatório. A primeira é uma prova objetiva seletiva, e a segunda terá duas provas escritas (uma discursiva e uma prática, que consiste na elaboração de uma sentença trabalhista).
Já a terceira etapa terá caráter eliminatório e será realizada em três fases: inscrição definitiva, exame de sanidade física e mental e psicotécnico, sindicância da vida pregressa e investigação social. Na quarta etapa ocorrerá prova oral e, na quinta e última fase, de caráter classificatório, serão avaliados os títulos.
Para escrever na pedra:
“A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem”. De Nelson Rodrigues.
TRIVIAL VARIADO
A Seleção brasileira chega para as quartas de final determinada em manter o desempenho positivo contra a Croácia. As duas seleções, desde 2005, se encontraram quatro vezes, duas em Mundiais. O Brasil está invicto. São três vitórias e um empate.
A propósito: até o final dos anos 1990, a Croácia não existia como nação independente e nem como seleção de futebol. A extinta Iugoslávia englobava os países que hoje conhecemos como Eslovênia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedônia, além do Kosovo, que ainda busca reconhecimento da sua soberania junto a vários países.
Zadar, Croácia, 1991. Enquanto as bombas explodiam, uma criança de seis anos brincava com uma bola de futebol no pátio de um hotel. Enquanto o pai e o avô lutavam na guerra, o garoto, que não entendia muito bem o significado daquelas explosões, só pensava no sonho de ser jogador de futebol.
No assunto: O garoto já encantava a todos com a habilidade nos pés. O nome daquele jovem era Luka Modric, hoje, o maior ídolo da história do futebol croata. É ele o nosso pesadelo desta sexta-feira que, para os supersticiosos, felizmente não é 13.
O confronto entre Argentina e Holanda pelas quartas de final da Copa, às 16h de hoje, tem história para contar. Um currículo com clássicos em fase de grupos, quartas, semifinal e até final de Copa, vencido pelos hermanos em 1978. Ou seja: será uma decisão digna de Copa do Mundo.
No capítulo: nas areias escaldantes do Catar, mais um capítulo será escrito hoje. E, se o jogo já é cheio de atrativos por si só, vale ainda mais ficar de olho: afinal, um deles estará no caminho do Brasil se a Seleção vencer a Croácia na partida das 12h.
A eliminação para a Argentina na semifinal da Copa de 2014, nos pênaltis, ainda está na memória dos holandeses. O técnico Louis Van Gaal, o zagueiro Stefan de Vrij, o lateral-esquerdo Daley Blind e o atacante Memphis Depay estavam naquele jogo e seguem na seleção oito anos depois. Para eles, o clima é de revanche.
Lionel Messi, assim como todos os argentinos, deve estar apreensivo. Afinal, o duelo com a Holanda, poderá ser o "último tango" do craque pela seleção. Se perderem, será o adiós de Leo.
Mas, em caso de classificação, mais duas danças estão garantidas: a semi e a final ou o confronto pelo terceiro lugar. Seria um alívio para os hermanos poder assistir ao menos mais duas vezes ao ídolo com a camisa albiceleste.
Em plena euforia dos jogos desta tarde, um grupo de torcedores tem um motivo especial para comemorar em São Luís: os 84 anos da senhora Oneide Léda, que reunirá grande parte da família, na qual me incluo, fazendo uma corrente de carinho e amizade.
Saiba Mais
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