(Divulgação)

COLUNA

Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
Pergentino Holanda

Mary Elizabeth Frye e o poema recitado por Jô Soares

Mais: Música no jantar do Grand Cru

PH

Atualizada em 02/05/2023 às 23h36
Mary Elizabeth Frye é autora do poema mais badalado do fim de semana, recitado por Jô Soares
Mary Elizabeth Frye é autora do poema mais badalado do fim de semana, recitado por Jô Soares

Eu não estou lá

Apresentador de TV e um dos maiores comunicadores do Brasil, Jô Soares nos deixou na última sexta-feira, 5/8, aos 84 anos. Famosos fizeram diversas homenagens nas redes sociais, relembrando momentos do “Programa do Jô” e da carreira do comediante.

Alguns maranhenses que foram entrevistados por ele, reprisaram trechos dos programas, a exemplo de Roseana Sarney, Surama de Castro, Dadá Coelho (piauiense que viveu muitos anos em São Luís), entre outros.

Homenagens no Programa do Jô era algo que ele próprio se dedicava a fazer. Em momentos de luto, o apresentador falava palavras de conforto, como o poema 'Não Chore à Beira do Meu Túmulo', cujos versos ele recitou após a morte do ator Domingos Montagner, em 2016.

Eu não estou lá...2

Eis o poema recitado por Jô:

"Não chore à beira do meu túmulo, eu não estou lá.

Estou no soprar dos ventos, nas tempestades de verão e nos chuviscos suaves da primavera.

Eu sou a pressa inquieta dos ruídos da cidade e o silêncio das madrugadas.

Não chore à beira do meu túmulo, eu não estou lá.

Estou no brilho das estrelas perfurando a noite e no cantar alegre dos pássaros.

Não, não chorem tristes à beira do meu túmulo, eu não estou lá, eu não morri.

Eu sou a vida incessante e livre, que corre nas águas do rio."

 Eu não estou lá....3

Este poema foi escrito em 1932 por Mary Elizabeth Frye (1905-2004). Ela não era poeta, era florista. O que acaba resultando na mesma arte de cultivar beleza. Ela vivia em Ohio, Estados Unidos, e se compadeceu da dor de uma jovem judia cuja mãe estava muito doente, na Alemanha. A jovem, Margaret Schwarzkopf, havia sido advertida a não voltar à Alemanha naqueles tempos duros de antissemitismo. Quando sua mãe morreu, a jovem disse a Elizabeth: “Nunca tive a chance de chorar no túmulo da minha mãe.”  

Conta-se que Elizabeth pegou uma sacola de compras de papel pardo, então o único papel que tinha nas mãos, e escreveu este poema, do qual fez muitas cópias e distribuiu para amigos e conhecidos. Mas nunca o publicou nem recebeu por ele qualquer direito autoral.

Sua identidade permaneceu desconhecida até o final de 1990, quando ela revelou ser a autora.

 Eu não estou lá...4

 Don’t Stand At My Grave And Weep

 “Do not stand at my grave and weep,

I am not there, I do not sleep.

I am in a thousand winds that blow,

I am the softly falling snow.

I am the gentle showers of rain,

I am the fields of ripening grain.

I am in the morning hush,

I am in the graceful rush

Of beautiful birds in circling flight,

I am the starshine of the night.

I am in the flowers that bloom,

I am in a quiet room.

I am in the birds that sing,

I am in each lovely thing.

Do not stand at my grave bereft

I am not there. I have not left.”

 Eu não estou lá...5

Coloquei acima os versos em inglês para preservar a beleza e a musicalidade do poema. Mas acrescento, a seguir, a melhor versão que encontrei em português:

 “Não chore à beira do meu túmulo,

eu não estou lá… eu não dormi.

Estou em mil ventos que sopram,

E a neve macia que cai.

Nos chuviscos suaves,

Nos campos de colheita de grãos.

Eu estou no silêncio da manhã.

Na algazarra graciosa,

De pássaros a esvoaçar em círculos.

No brilho das estrelas à noite,

Nas flores que desabrocham.

Em uma sala silenciosa.

No cantar dos pássaros,

Em cada coisa que lhe encantar.

Não chore à beira do meu túmulo desolado,

Eu não estou lá – eu não parti.”

Ou seja: teve um toque pessoal do também poeta Jô Soares a tradução que ele declamou em seu programa e viralizou nas redes sociais após a sua morte.

Morgana Mendonça encanta com sua voz afinada as noites do bistrô Grand Cru
Morgana Mendonça encanta com sua voz afinada as noites do bistrô Grand Cru

Bela música no jantar do Grand Cru

Um dos mais requintados restaurantes de São Luís, o Grand Cru está sempre de casa lotada nos fins de semana.

Sábado, embalados pela voz bonita e bem afinada de Morgana Mendonça, pontificavam o deputado Edilázio Junior e Alina Sarney com Jorge Oliveira e esposa.

Em outra mesa, Ana Elvira e José Benedito Buhatem colocavam os assuntos em dia com Thatiana e César Bandeira.

DE RELANCE

Luto na poesia portuguesa

Recentemente laureada com o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, atribuído pelo Patrimônio Nacional da Espanha e a Universidade de Salamanca, em reconhecimento ao contributo significativo de uma obra poética para o património cultural deste universo, a poeta portuguesa Ana Luísa Amaral morreu na última sexta-feira, aos 66 anos.

Guardo ótimas lembranças dessa grande escritora que me foi apresentada pelo escritor Vasco Graça Moura (1942-2014), de quem me tornei amigo durante a visita que ele fez a São Luís, no século passado, juntamente com José Saramago, único escritor de língua portuguesa laureado com o Prêmio Nobel de Literatura.

Tradutora de romancistas e poetas, pesquisadora e professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa, em abril de 1956,  e vivia em Leça da Palmeira.

Luto na poesia portuguesa...2

Considerada uma das mais importantes vozes da poesia portuguesa das últimas três décadas, Ana Luísa Amaral soma dezenas de títulos de poesia publicados, desde “Minha Senhora de Quê” (1990), além de já ter escrito teatro, ficção e vários livros para crianças.

Ela recebeu múltiplas distinções ao longo da carreira. E este ano a sua obra poética foi reunida em “O Olhar Diagonal das Coisas”, incluindo os mais recentes “Sopros”.

Na minha última visita ao Norte de Portugal, antes da pandemia, tentei, em vão, fazer uma visita a Ana Luísa. Ela estava viajando para a Espanha.

Eulálio Figueiredo lança novo livro no próximo dia 13
Eulálio Figueiredo lança novo livro no próximo dia 13

 Novo livro de Eulálio

O poeta, compositor e escritor Eulálio Figueiredo está com um novo livro prontinho para ser lançado na próxima sexta-feira, no Rio Poty Hotel.

Trata-se de Vozes Verbais, no qual se revela um versejador experiente e amadurecido pelo tempo e pela destreza na concepção mais elevada da poesia que se diz culta e, ao mesmo tempo, popular.

É que, como se sabe, Eulálio é um polígrafo e consegue transitar muito bem por vários estilos da literatura e da música.

Para esse menestrel, que também é professor do curso de Direito da UFMA e tanto orgulho tem dado ao Maranhão, o alfabeto é a sua ferramenta de trabalho; é o repositório de onde retira o material necessário para se comunicar com o universo.

Deputados e Wikipédia

Incomodados com informações apresentadas em suas biografias na Wikipédia, deputados federais e assessores tentam, a dois meses das eleições, remover conteúdos negativos e inserir material favorável.

Em alguns casos, ameaçam judicialmente a plataforma para mudar o verbete.

A Wikipédia é uma enciclopédia online de livre edição, em que qualquer pessoa pode alterar os verbetes, contanto que siga as regras de bom uso da plataforma.

Já foram divulgados nomes de parlamentares de Brasília e Mato Grosso do Sul. Até agora não se sabe de nenhum nome de maranhense que tenha feito tentativas de mudar conteúdos.

Almoço na Petisqueira

O almoço de domingo na Petisqueira da Mamãe teve sabor especial pela grande quantidade de nomes conhecidos pontificando no local.

Uma das mesas mais animadas reunia Ana Lucia Albuquerque e Amaro Santana Leite com Thatiana e César Bandeira, este Repórter PH e Teresa Martins. Em outras mesas: Thália Campos e Nacor Holanda, Crisálida e José Reinaldo Tavares, o juiz e escritor Manoel Aureliano Neto e esposa.

Outra mesa bastante animada reunia a sempre encantadora amiga Priscimar Silva de Araújo com um grupo grande de sua família.

Também por lá, os irmãos Paulo Nagem e Vitória Cruillas com o tio Mario Rezende (viúvo de Rosalina Nagem); Cristiano Barroso Fernandes com os três filhos e a namorada Camila Paixão; Teresa Rocha com o filho Guilherme.

Para escrever na pedra:

“Cada um tem a idade do seu coração, da sua experiência, da sua fé”. De George Sand.

 TRIVIAL VARIADO

Depois de duas semanas em São Paulo visitando filhos e netos, Amaro Santana Leite desembarcou em São Luís sábado, com sua amada Ana Lúcia Albuquerque. Ele aproveitou a viagem para fazer tratamento de problema auditivo.

Caetano Veloso comemorou ontem 80 anos com show presencial e intimista na Cidade das Artes, no Rio. Trecho da apresentação foi exibido durante o programa Fantástico. Os filhos Moreno, Zeca e Tom, e a irmã dele, Maria Bethânia, participaram do espetáculo.

César Bandeira e o filho Carlos Eduardo embarcam esta semana para São Paulo. Vão passar o Dia dos Pais com o filho e neto Giovane Bandeira, que continua morando naquela capital.

O empresário Emmanuel Márcio Barbosa embarca hoje para Brasília a fim de negociar rótulos de vinhos para o evento Wine Celebration, que ele realiza no dia 7 de outubro, juntamente com Alípio Moraes, no Palazzo Eventos.

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.