Lançamento

Pureza: filme sobre maranhense que lutou para livrar o filho do trabalho escravo chega aos cinemas

A luta de Dona Pureza, considerada hoje símbolo do combate ao trabalho escravo contemporâneo, inspirou o filme protagonizado por Dira Paes.

Na Mira

Atualizada em 19/05/2022 às 12h46
Maranhense será interpretada no longa pela atriz Dira Paes (Foto: divulgação)
Maranhense será interpretada no longa pela atriz Dira Paes (Foto: divulgação)

MARANHÃO - “Pureza”, filme que gira em torno da maranhense Pureza Lopes Loyola, estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira (19). O longa retrata a saga da maranhense para encontrar seu  filho caçula, Antônio Abel, que tinha ido ao Pará tentar a vida no garimpo.

A história de Dona Pureza inspirou a produção do filme, uma vez que ela se tornou símbolo do combate ao trabalho escravo contemporâneo. Na produção, quem interpreta Pureza é a atriz Dira Paes.

O esforço de Pureza para encontrar seu filho iniciou em 1993, e a atitude motivou a criação de um grupo que já resgatou cerca de 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão. 

A maranhense teve, inclusive, sua luta reconhecida internacionalmente e, em 1997, ela recebeu em Londres o Prêmio Antiescravidão, que foi oferecido pela organização não governamental britânica Anti-Slavery International, a mais antiga organização abolicionista em atividade.

O filme foi dirigido por Renato Barbieri, com produção de Marcus Ligocki Jr., e já ganhou 28 prêmios nacionais e internacionais.

Dira Paes em imagens divulgadas do filme. (Foto: Divulgação)
Dira Paes em imagens divulgadas do filme. (Foto: Divulgação)

Lançamento

Para marcar o lançamento do longa no Maranhão, foi realizada uma coletiva de imprensa do filme na Procuradoria Regional do Trabalho - PRT 16ª Região, em São Luís, com participação da dona Pureza, da direção, elenco e convidados.

Coletiva de imprensa sobre o longa foi realizada nessa quarta-feira (18). (Foto: Divulgação/Wanderson Nicolau e Andrea Barbosa)
Coletiva de imprensa sobre o longa foi realizada nessa quarta-feira (18). (Foto: Divulgação/Wanderson Nicolau e Andrea Barbosa)

Durante o evento, Pureza Lopes relatou que passou por grandes dificuldades na procura pelo seu filho, e disse que viu de perto o desespero de trabalhadores submetidos à escravidão contemporânea.

"Eu vi muito choro, homem chorando como criança. Eu nada poderia fazer e apelava para Jesus de Nazaré. Eu perguntei porque ele (o trabalhador) tanto chorava, ele disse que era porque estava devendo e não podia sair. Tinha mais de 60 homens e eles começaram a conversar e dizer que não podiam sair sem pagar a conta, só que essa conta só aumentava. Além de trabalharem de graça, ainda compravam a comida mais caro. É dureza, eu vi com meus olhos”, relatou a maranhense.

Ela também detalhou as condições em que encontrou o filho Abel, após três anos de busca incessante. “Meu filho estava com malária, doente, já estava no Mato Grosso, inchado até a cintura. As pernas feridas de mosquito beliscar. Eu sofri mais do que cavalo no sertão com carga d´água. Foi a última coisa que eu fiz, foi pedir pra Jesus que queria meu filho vivo, custasse o quanto custasse”, relatou Pureza.

Produção

O diretor Renato Barbieri trabalhou por cerca de 17 anos até chegar ao lançamento do longa. O cineasta afirma que o filme retrata apenas acontecimentos reais e falas de fato ditas por dona Pureza.

Segundo ele, a história é tão rica que não precisou inserir outros acontecimentos para preencher espaço. Barbieri destacou que a produção do filme precisou de um intenso trabalho de pesquisa, para alcançar o objetivo de transpor para a tela do cinema a profundidade, o impacto e importância da história de Pureza.
 

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