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Colecionador de vinil tem acervo com mais de cinco mil peças

Joaquim Zion, 52 anos, tornou-se um dos maiores colecionadores de bolachão de São Luís.

Ana Beatriz Santos / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h35
 Produtor exibe alguns dos discos favoritos. Foto: Ana Beatriz Santos / Imirante.com.
Produtor exibe alguns dos discos favoritos. Foto: Ana Beatriz Santos / Imirante.com.

SÃO LUÍS – O funcionário público e produtor cultural Joaquim Zion, 52 anos, tornou-se um dos maiores colecionadores de vinil de São Luís. Apaixonado pela música e nascido em berço cercado por cultura, ele possui em seu acervo pessoal mais de cinco mil bolachões, com uma mistura de ritmos que vai do reggae a música clássica.

Natural do município de Bequimão, desde pequeno Joaquim aprendeu com seu pai a apreciar a boa música. Gilberto Gil, Fagner, Milton Nascimento foram alguns dos artistas que fizeram a trilha sonora de sua infância e juventude. “O meu pai ouvia muita música, nós acordávamos e ele já estava ouvindo rádio. A gente tinha uma vitrola e, a partir daí, eu comecei a pegar esses discos e ouvir. Com o tempo, fui querendo comprar meus discos e, naquela época, passavam ambulantes na rua vendendo. Meu pai comprava os dele e perguntava se eu queria escolher, também”. Relembra.

Desde então, Joaquim começou a comprar e guardar com muito carinho os vinis. Os primeiros discos que obteve foram de cantores da Música Popular Brasileira (MPB), como Alceu Valença, Djavan (do qual possui uma coleção completa) e Belchior, este último que foi muito importante na sua vida. “Eu comprei o primeiro disco de sucesso do Belchior, Alucinação, que foi fundamental para mim, pois a partir dele eu me interessei mais por música nacional”, disse.

 Parte do acervo de Joaquim, que fica guardado em sua casa. Foto: Ana Beatriz Santos / Imirante.com.
Parte do acervo de Joaquim, que fica guardado em sua casa. Foto: Ana Beatriz Santos / Imirante.com.

ntretanto, as canções não são os únicos atrativos que chamam a atenção dele. Estética, conteúdo do encarte e detalhes das composições deixam os vinis mais especiais.

Zion possui uma vasta coleção de disco, contendo reggae, funk americano, soul music, jazz, blues, MPB, grandes disco de samba. E, mesmo com o grande acervo, ele continua comprando. Entretanto, relata que obter os discos não é uma tarefa fácil.

“Em um determinado momento houve um rompimento disso aqui (venda de vinil) no Brasil, não houve mais produções de vinil no país. Mas os discos continuaram lá fora, os cantores continuaram lançando seus vinis no exterior. Por isso eu compro em sites internacionais. Mas, eu achei um site brasileiro que, além de vender de outros artistas, produz o produto”, afirma.

Para ele, a cultura do vinil está bem aquecida no Brasil, e que os artistas atuais estão em busca de reproduzirem suas canções em bolachões. Com isso, as empresas estão voltando a investir neste tipo de setor da indústria musical.

“Está vindo uma nova fábrica para o país. Estão montando em São Paulo, devido à demanda que o único produtor não está conseguindo atender. Muitos artistas nacionais estão procurando. No início da era vinil, era mais para cantores alternativos. Hoje, não. A coisa está tão forte que até os cantores estão reprensando em bolachões seus álbuns, a exemplo de Chitãozinho e Xororó, que lançaram o disco novo. Luan Santana, o Naldo lançou recentemente um LP, pois eles perceberam que existe um nicho e que as pessoas querem esse tipo de produto”, destaca.

Com a mudança para era digital, ele acredita que a música ficou banalizada. “A música digital é muito fria. O vinil é diferente, é mais estético, dá para ver quem gravou, o compositor da canção. No digital, o máximo que se vê é a capa do disco. Isso, de certa forma, banalizou a música, ela ficou descartável”, lamenta.

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