Alerta

Gestação: casais estão preferindo ter gêmeos para ‘maximizar’

Especialista diz que gestação gemelar oferece riscos para mãe e bebês.

Divulgação/ Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Foto: Reprodução / Internet)

Cada vez mais as pessoas se sentem cobradas para ‘render mais’, fazer mais em menor tempo e com menor custo. O problema é quando esse tipo de pré-requisito chega ao consultório. De acordo com a especialista em Medicina Reprodutiva Suely Resende, cada vez mais casais manifestam o desejo de ter gêmeos. “Alguns alegam que foram tantos anos de tentativas sem sucesso, que agora querem ter logo dois ou três de uma vez. Já outros dizem claramente que querem economizar barriga e tempo. Desconhecem o risco de terem gêmeos”.

A especialista explica que, naturalmente, ocorre uma gestação gemelar a cada 80 gestações. No caso da trigemelar, a proporção é de uma para cada 7.000. Já nos tratamentos de fertilização assistida, a chance de nascerem gêmeos é de uma em cada três e de trigêmeos, uma em cada 30. “Para nós, especialistas em Medicina Reprodutiva, a gemelaridade é encarada como uma falha do processo, já que o ideal é que mãe e bebê tenham nove meses de gestação tranquila, controlada e com saúde. Uma gestação múltipla é considerada de alto risco. Além de exigir consultas e exames frequentes, 60% das gestações não chegam até o final, o que implica em todas as consequências de prematuridade – como baixo peso dos recém-nascidos, maior chance de infecção, sequelas neurológicas, paralisia cerebral ou déficit mental, auditiva ou visual. Há risco, inclusive, de o gêmeo mais frágil não sobreviver”.

A médica também chama atenção para os riscos relacionados à gestante. “Para a mãe, aumenta o risco de anemia, podem ocorrer vômitos exacerbados no período da gestação – impossibilitando a gestante de levar uma vida normal –, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. Cientes disso, também acontece de algumas pacientes bem-informadas solicitarem a transferência de apenas um embrião para não correr risco de ter gêmeos. Mas ainda são muito poucas. A maioria já chega dizendo que acha lindo o carinho duplo de bebês”.

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