SÃO LUÍS - Doce. Leve. Cheia de musicalidade. Desde "Efêmera", aclamado primeiro disco, a cantora paulistana Tulipa Ruiz vem colecionando elogios por todo o país (e, inclusive, fora dele). E o gostinho do álbum de estreia os maranhenses puderam sentir durante a primeira passagem da artista por São Luís, na metade de 2012. Dois anos depois, a cantora se diz emocionada em realizar a apresentação do disco "Tudo Tanto", pela primeira vez, em solo ludovicense. "Primeira vez de "Tudo Tanto" em São Luís! Tô muito feliz com isso", disse a cantora em entrevista ao Imirante.com. Tulipa Ruiz se apresenta nesta terça-feira (13), no Teatro Arthur Azevedo, às 20h, pelo Projeto Petrobras.

Para a cantora, São Luís tem um espaço cativo na sua carreira. Afinal, foi na capital que ela encerrou a turnê do primeiro álbum. "O último show do [disco] “Efêmera” foi em São Luís e guardo boas memórias da nossa passagem pelo Maranhão por conta disso. Finalizei aqui a turnê do meu primeiro disco. Fomos recebidos por um público amoroso e interessado. Foi inesquecível. Que bom poder voltar, tempos depois, com mais um disco", afirmou.

De lá pra cá, a cantora não teve tanto descanso. Gravou e lançou o segundo disco, "Tudo Tanto", lançou o videoclipe da canção "É", e ainda passou por vários países, indo do Japão aos EUA, passando pela Europa. Atualmente, a cantora segue em turnê pelo Brasil. "É a primeira vez que fazemos um circuito no Nordeste tão grande", disse.

Tantas viagens e trabalhos vêm de um sucesso que, desde 2010, só coleciona bons frutos para a artista, que já foi eleita uma das atuais vozes da nova geração. "Fico feliz por também fazer parte de uma cena que acompanho e admiro tanto. O que eu mais quero é fazer show e levar minha música para todos os cantos. Fiz dois discos com muito cuidado e carinho. Que venham os discos novos e as renovações. (...) Meu tempo é o "agora". E tento estar presente nele à cada segundo!", ponderou.

"Acho que, pelo fato de morar em São Paulo, que é um lugar de encontros, as pessoas acabam se trombando em determinados circuitos. Tanto os que estão aí mais tempo quanto os que estão chegando agora. Acho que essa é uma boa característica da "nova geração". É uma geração misturada, uma “mistureba” entre todas as idades", analisou, ao citar nomes da atual fase da música brasileira, como Mariana Aydar, Tiê e Leo Cavalcanti, por exemplo. Para ela, esta integração se dá, também, por estar entre amigos.

Estar entre pessoas próximas, inclusive, é uma característica bem presente dos discos de Tulipa Ruiz, que contam com a presença do pai, o músico Luiz Chagas, e do irmão Gustavo Ruiz. "Eu e o Gustavo crescemos ouvindo a mesma vitrola, os mesmos discos. Temos um repertório musical muito parecido. Então, é fácil fazermos coisas juntos, por conta dessa cumplicidade de interesses. Já meu pai é jornalista e guitarrista. Sou influenciada por esses dois lados dele. Ele é a pessoa que mais mostra novidades pra gente", ponderou.

Além da música, Tulipa divide espaço com outra atividade bem recorrente em sua carreira: o desenho. "Tento sempre achar um tempo para desenhar. Colaboro mensalmente com o jornal "Le Monde Diplomatique Brasil" e acabei de lançar uma série de cadernos "Cícero", à convite da Livraria Cultura". Para ela, não há transposição entre uma carreira e outra. "Cantar e desenhar são estados parecidos porque uma coisa estimula a outra", analisou.

Na casa dos 30, Tulipa Ruiz diz que "tudo que se faz depois do "Retorno de Saturno" acaba saindo mais bem acabado". Sobre o próprio estilo, ela revela que faz música pop pelo próprio estilo pop ser mais democrático e dele antropofagizar vários outros estilos. "No pop, cabe tudo", afirma. Sobre os aspectos de sua música, a cantora informou que o artista musical está em constante processo e seus "momentos" podem se alternar, indo de algo mais solar para algo mais soturno e vice-versa. "Vim de um disco solar, que é o "Efêmera", e nunca tinha experimentado outras nuances. Músicas como "Víbora" me assustaram num primeiro momento. E, depois dela, me sinto mais aliviada para chegar em lugares mais sombrios de uma composição", analisou.

Sobre o show, além das faixas de ambos os discos, é esperada, também, a canção "Megalomania", faixa lançada durante o Carnaval de 2014. “Megalomania” temos feito [tocado em apresentações] e tem sido delicioso. Ela é tipo um parque de diversões pra gente! Tocaremos Megalô em São Luís!", vibrou. Mas é a emoção de tocar o segundo disco que guia a atual turnê da cantora em sua passagem por São Luís. "O público maranhense tem se comunicado comigo e já estão me recebendo com muito carinho antes mesmo de eu chegar com a minha caravana! Faremos um show no pique, cheios de energia, encerrando a turnê Nordeste em grande estilo", afirmou.

Sobre os artistas maranhenses, Tulipa Ruiz afirmou ser fã de Rita Ribeiro e, também, de gostar do Bruno Batista, de quem já teve a oportunidade de gravar no disco (o cantor, inclusive, lança seu próximo disco em São Luís no próximo dia 30). Sobre os novos nomes da atual cena, como Phill Veras e Nathália Ferro, a cantora afirmou não conhecê-los, mas que não vê a hora de ouvir um pouco do som maranhense. "Ainda não, mas tô desembarcando com fone de ouvido no gatilho e com a intenção de voltar pra São Paulo cheia de novidades maranhenses", revelou.

A abertura do show ficará por conta da cantora Ticiana Valente. Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do Teatro, por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). A classificação é de 15 anos.

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