Filme

Bruno Barreto compara caso de Eloá com ônibus 174

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h28

O diretor Bruno Barreto, o roteirista Bráulio Mantovani e o jovem elenco de “Última parada 174” estão em São Paulo para o lançamento do filme, que tem duas sessões na Mostra de Cinema nesta segunda-feira (20) e entra em cartaz já na sexta-feira (24).

Questionado sobre semelhanças entre o caso do seqüestro da jovem Eloá, em Santo André, e o do ônibus 174 no Rio de Janeiro, retratado em seu filme, ele afirmou: “O que eu vi de parecido, de acordo com o que li nos jornais, é que ambos os casos se tratam de uma sucessão de equívocos. Muitas vezes, quando todo mundo tem boas intenções, as coisas dão errado”.

E completou, referindo-se à mídia: “Existe uma necessidade de ser visível, em graus maiores e menores, que é resultado da presença constante da mídia em nossa vida. Essa era a grande necessidade que o Lindemberg tinha, de ser visto, de as pessoas verem a sua dor”.

Em junho de 2000, Sandro do Nascimento seqüestrou um ônibus no Rio de Janeiro, mantendo reféns por várias horas –sendo que tudo foi transmitido ao vivo pela TV e acompanhado de todos os cantos do Brasil.

O episódio terminou com a morte de uma das vítimas e também do bandido, sufocado na viatura da polícia depois de rendido. Mas para Barreto, quase nada disso interessa. Ele usou a história real para criar uma outra, fictícia, sobre a mãe adotiva de Sandro.

“O que norteou nosso roteiro foi o viés, e tudo partiu daquela mulher que adotou o Sandro [a mãe biológica dele foi assassinada quando ele ainda era criança]. Ela passou a acreditar que o filho era mesmo dela. Não me esqueço da imagem do enterro dele, apenas ela lá, segurando uma rosa vermelha”, se recorda o cineasta.

Na história de “Última parada 174”, uma confusão de nomes faz com que Marisa (Cris Vianna) adote Sandro acreditando ser seu filho, que na verdade se chamava Alessandro (interpretado por Marcello Melo Jr.). Tudo ficcional, criado pela mente de Bráulio Mantovani, roteirista de “Cidade de Deus” e “Tropa de elite”, entre outros.

“Desde o início a gente sabia que seria um filme de ficção, queríamos nos distanciar ao máximo do documentário [José Padilha lançou um filme sobre o mesmo episódio, que inclusive serviu de ponto partida para este projeto de Barreto].

Então, não passei por nenhum drama de criação pessoal. Esses personagens foram naturalmente surgindo de conversas minha com o Bruno, inventamos coisas para que essa história funcionasse, para dar mais sentido à narrativa”, encerra Mantovani.

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