Foram quatro meses de testes, mais de 2 mil candidatas, e apenas um personagem: o de Bruna Surfistinha. O martelo sobre a dona do papel ainda não foi batido, mas a atriz Nathália Rodrigues, que passou por toda essa maratona, é uma das finalistas na corrida para viver a ex-prostituta no cinema, no filme “O Doce Veneno do Escorpião”, baseado no livro de mesmo nome da Raquel Pacheco – nome verdadeiro de Surfistinha.
Para chegar tão longe, Nathália não poupou esforços. Fez o mesmo corte e pintou os fios da cabeleira no mesmo ton de Bruna, e, mais recentemente, em dezembro do ano passado, colocou um piercing no queixo, tal qual a ex-garota de programa.
“Esse é o meu dever de casa. É mais do que minha obrigação saber tudo sobre a Bruna. Cortei cabelo, coloquei piercing, e mergulhei de cabeça nesse personagem. Já tive piercings no nariz e na língua. Depois que você tira, o furo some e não fica nem cicatriz. Não tive medo nenhum de colocar esse”, conta.
Se conseguir o papel, este poderá ser a estréia da atriz na telona. Ela já até filmou “Valsa nº 6”, de Nelson Rodrigues, mas o filme não tem previsão para estrear.
PREPARAÇÃO TEVE VISITA A FAST-FOOD DO SEXO
Na luta pelo papel, Nathália leu o livro que conta a história de Bruna, viu o filme pornô estrelado por ela, leu o clássico “Eu, Christiane F, 13 anos, drogada e prostituída”, e também ganhou as ruas.
Ela visitou os lugares nos quais Bruna trabalhou e que são mencionados por ela em seu livro. Inclusive um conhecido como “Vintão”, no qual homens pagam R$ 20 e têm 10 minutos para transar com uma garota de programa.
“É uma espécie de fast-food do sexo, mas não me sinto capaz de julgar nada, nem ninguém. Umas fazem porque gostam, outras porque precisam. Nada me chocou”, diz.
Em comum, em todos os casos e casas, a atriz diz que encontrou mulheres que sonham em largar a vida, casar e construir família, como qualquer mulher.
Para viver Bruna, Nathália só não quer que uma coisa: conhecer a verdadeira Bruna Surfistinha. Segundo ela, ter contato com a pessoa que inspirou o papel poderia ter um efeito negativo na hora de encontrar os tons de sua personagem.
“Ainda não a conheci pessoalmente, e nem pretendo conhecê-la nesse momento. Quero me basear no campo de estudo que tenho feito para construir a personagem. Se realmente conseguir o papel, aí sim, vou querer me aproximar para pegar trejeitos e observá-la mais de perto”, diz a atriz, que admite ter virado fã da menina que fugiu de casa para virar garota de programa e que contava suas aventuras em um diário virtual.
“Sou fã incondicional dela. Acho que ela é uma guerreira. Foi julgada, humilhada, mas teve coragem de mostrar quem é, dar a volta por cima, e hoje está casada e feliz”, conta, antecipando ao menos um dos finais felizes dessa história.
“O Doce Veneno do Escorpião” tem direção de Marcus Baldini e roteiro do cineasta Karim Aïnouz ("O Céu de Suely", "Madame Satã") e Antonia Pellegrino. As filmagens estão previstas para março desse ano, e o lançamento para 2009.
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