Quem é vivo...

Roberta Close afirma que é mulher, casada e feliz

Mesmo morando na Suíça há 15 anos, sempre que pode ela vem passar a data no Brasil.

Ego

Atualizada em 27/03/2022 às 13h45

Todo carnaval novos personagens se destacam na folia. Uns permanecem, outros somem depois de algum tempo, mas alguns são eternos. Neste último grupo está Roberta Close, 43 anos. Mesmo morando na Suíça há 15 anos, sempre que pode ela vem passar a data no Brasil.

Em 2008 não foi diferente. A atriz esteve na cidade para aproveitar um pouco da folia, rever a família e ir à praia, uma das coisas que ela mais sente falta quando está na Europa. Entre uma atividade e outra, Roberta conversou com o EGO pelo telefone e contou como está sua vida, disse que foi chamada para desfilar na Viradouro e que não se sente esquecida pelos brasileiros.

“Acho que pelo tempo em que estou fora, até sou bastante lembrada no país. As pessoas ainda me reconhecem”, diz a dona de uma beleza polêmica e estonteante que abalou os alicerces da sociedade carioca na década de 80.

MUSA DESCOBERTA NO CARNAVAL

Casada com o holandês Roland Gränacher, a atual Roberta lembra bem pouco a vedete do carnaval carioca que estourou em 1984, e que foi parar nas páginas das principais revistas masculinas da época, como “Playboy” e “Ele & Ela”, mesmo sendo hermafrodita e registrada como homem. O direito de trocar o nome de batismo de Luiz Roberto para Roberta Close, ela só conquistou em 2005. A operação de redesignação sexual aconteceu antes, em 1989 (ela tinha apenas um pênis infantil e não possuía testículos). Hoje, Roberta continua linda, e é uma pacata dona de casa de Zurique que alterna seu tempo com cuidados com a beleza, casa e pequenas viagens para cidades européias como Milão e Paris.

“Isso é uma questão completamente superada por mim. Sou mulher, casada e meus documentos mostram que pertenço ao sexo feminino”, diz ela, calma, serena e feliz.

Você vem passar o carnaval todo ano no Brasil?

Todo ano, não. Sem regras. Mas sempre que posso venho curtir, sim. É uma das coisas que mais sinto falta no Brasil, assim como as praias.

Recebeu algum convite para desfilar?

Sim. A Viradouro queria que eu desfilasse no seu enredo que falava sobre o arrepio. Mas eles tiveram alguns problemas com o presidente que sofreu um atentado, e eu também não consegui chegar a tempo de decorar o samba, e ver a fantasia. Já tem muito tempo que eu não desfilo. Foi há muito tempo, e foi pela Caprichosos de Pilares. Mas adoraria voltar a desfilar. Estou sempre em contato com as pessoas de carnaval.

Mas foi assistir na Marquês de Sapucaí?

Não. Esse ano, só pude ir aos bailes do Sofitel e do Copacabana Palace. Até recebi um convite para assistir na avenida, mas moro no Cosme Velho e na minha rua tem uma banda que impede a subida de carros. Só poderia passar se descesse a pé e teria que dormir na casa de alguém na volta.

Como é sua rotina na Suíça?

É uma rotina normal. Tenho meu marido, ele vai trabalhar, e eu faço as minhas coisas. Às vezes viajo, já que estou bem no centro da Europa, vou a Milão ou Paris.

Você exerce alguma atividade profissional lá?

Não. Adoraria fazer alguma coisa, até tentei alguns contatos, mas é difícil. Não sei se não deu certo da minha parte ou da parte deles. Mas eu poderia, sim, fazer alguma coisa de bom por lá.

Você acha que o fato de ser transexual pode ter te atrapalhado?

Não sei o que você quis dizer com transexual. Como assim? Porque no meu passaporte vem escrito sexo feminino, não sei se vem escrito transexual em passaporte.

Quis saber se você enfrentou alguma dificuldade ou polêmica por conta de sua operação? Algo parecido com o que ocorreu no Brasil?

Não. No meu documento vem escrito sexo feminino, sou casada e tenho uma vida normal de mulher. Sei que aqui no Brasil tem muitos transexuais, a gente vê na TV, nas revistas, mas não tem nada a ver comigo.

Isso é uma questão completamente superada para você?

Não é zerada porque eu não vivo de passado, vivo de futuro. Sou mulher e não tenho porque ficar pensando nisso. Não entendo isso, pra mim isso não existe. Até porque transexual é aquela pessoa que está com sua sexualidade em trânsito, né?! E eu sei o que eu quero da minha vida, não estou em trânsito nenhum.

Além do carnaval, consegue vir em outras épocas do ano?

Não, porque aí fica muito dispendioso. A passagem é muito cara, e tem a estadia aqui no Brasil. Só venho mais de uma vez se tiver algum trabalho.

Há convites para trabalhar aqui no Brasil?

Não. A última vez faz muito tempo, acho que mais de cinco anos.

Você fica chateada pelo fato das pessoas não

lembrarem do seu nome?

Não. Até acho que sou bem lembrada pelo tempo que estou ausente. Quando vou aos lugares, as pessoas sempre lembram de mim, me reconhecem. É muito bom porque vejo que não estou totalmente esquecida. Mas sei que trabalho é um pouco mais difícil, porque tem muita opção aqui, muita concorrência de artistas, e agora também com essa fase de Big Brother e tudo, tem muitas personalidades surgindo, e fica difícil encaixar todo mundo. Mas sou uma pessoa ativa, estou sempre ajudando o Retiro do Artistas, tenho o meu registro de atriz.

Você faz planos de um dia voltar a morar no Brasil?

A gente mora onde a gente vive. Poderia morar aqui, na França, nos Estados Unidos. Em qualquer parte do mundo. Moro na Suíça porque estou casada com meu marido, mas voltaria a viver aqui, sim, sem o menor problema.

Ele lhe acompanha nessas visitas?

Não. Ele não pôde vir por causa do trabalho. Mas venho pra curtir o carnaval e ver minha família matar saudades.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.

Em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) - Lei nº 13.709/2018, esta é nossa Política de Cookies, com informações detalhadas dos cookies existentes em nosso site, para que você tenha pleno conhecimento de nossa transparência, comprometimento com o correto tratamento e a privacidade dos dados. Conheça nossa Política de Cookies e Política de Privacidade.