Crianças podem ter morrido de dengue hemorrágica em SL

Mesmo sem comprovação laboratorial, famílias na capital alegam ter perdido parentes, vítimas da doença

Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h13

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) pode estar equivocada ao afirmar que não houve morte em decorrência da Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) este ano em São Luís. Mesmo sem comprovação laboratorial, famílias na capital alegam ter perdido parentes, vítimas da doença, que é uma das manifestações mais severas da dengue.

Foi o caso de C. F. S. N, de 4 anos, que faleceu dia 23 de setembro último, no Socorrão II, apresentando febre alta, dores no corpo e vômito intenso. Segundo relatório emitido pelo hospital e assinado pelo médico José Armando Andrade Silva, no dia do óbito, o quadro do menino sugeria “síndrome viral”. Ele cita ainda no documento a possibilidade da ocorrência de dengue hemorrágica e recomenda o encaminhamento do corpo para exames de praxe.

A mãe de C. F. S. N, Elidiane Pinheiro dos Santos, 24, contou que em menos de cinco dias, depois da ocorrência dos primeiros sintomas, o menino deu entrada na Unidade Mista do Bequimão, de onde foi transferido para o Socorrão I, por conta da gravidade do problema. A falta de leitos de UTI do Hospital Djalma Marques fez com que o menino fosse encaminhado ao Socorrão II, onde faleceu.

“Neste meio tempo, fizemos dois exames. Ambos apresentaram plaquetas mais baixas que o normal”, destacou ela, que reside na rua do Buriti, no São Francisco.

Autópsia

Para confirmar o diagnóstico de febre hemorrágica, seria necessário fazer a autópsia no IML. O vendedor Fábio Nogueira, pai da criança, não consentiu a realização do exame. Elidiane dos Santos acrescentou que outro garoto, que morava na rua 5 do São Francisco, teria morrido também em decorrência da dengue.

“Sei de outros casos na Vila Bessa, onde mais quatro crianças também estavam com dengue e morreram”, complementou Fábio Nogueira.

Em entrevista a O Estado, terça-feira última, o coordenador do Programa de Controle da Dengue da Semus, Pedro Tavares, informou que o órgão já havia contabilizado 80 casos de FHD de janeiro a início deste mês na capital, mas sem registro de mortes.

O coordenador afirmou ontem, entretanto, que somente com a confirmação laboratorial é possível determinar o diagnóstico de dengue hemorrágica e que isto é norma da Organização Mundial de Saúde (OMS), atestada pelo Ministério da Saúde. “Vamos passar este caso para a Vigilância Epidemiológica, mas seria até irresponsabilidade nossa confirmar este óbito, se só temos a sintomatologia. Há várias outras síndromes virais com os mesmos sinais, incluindo a queda na taxa de plaquetas”, frisou o técnico.

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