Novo método antecipa localização de focos de dengue

Agência Saúde

Atualizada em 27/03/2022 às 14h31

BRASÍLIA - O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Agypti (LIRAa), metodologia implementada pelo Ministério da Saúde para identificar rapidamente, nos municípios, criadouros do mosquito transmissor da dengue, mostra que a saúde pública, gestores estaduais e municipais e a sociedade podem se antecipar a uma indesejada epidemia da doença. Com o LIRAa, é feita uma radiografia dos municípios pesquisados que mostra a real concentração de criadouros do Aedes em cada um deles.

"Temos notícias boas. São Paulo e grandes capitais do Nordeste, por exemplo, tiveram dados bons, mas há dados preocupantes. A infestação está alta em alguns lugares da Região Norte, está alta em Salvador, em toda a Região Metropolitana do Rio. E isso constitui sempre o risco de algum surto", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, que representou o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, na apresentação dos resultados do LIRAa hoje, em Brasília.

"Esse inquérito é importante porque nos mostra dados reais, é um retrato de como anda a infestação pelo Aedes nos principais municípios brasileiros, é um levantamento novo, desenvolvido no Brasil para que tenhamos a possibilidade de nos antecipar", acrescentou Jarbas Barbosa.

A partir da amostragem do LIRAa, prefeitos e autoridades de saúde, com o apoio da população, podem se mobilizar e combater o mosquito antes do período de transmissão da dengue. Com a chegada do verão, o Aedes aegypti encontra as condições ideais para sua reprodução: chuvas e calor. "O Aedes exige um trabalho não só do setor de saúde. A prefeitura tem fiscalizar cemitérios, parques e praças e a sociedade tem que ser mobilizada, para que tome consciência do risco e faça sua parte nos trabalhos", disse o secretário.

O LIRAa é uma metodologia simples, colocada em prática entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro deste ano. Tem como vantagens o fato de demonstrar a situação de infestação do município pesquisado no prazo médio de uma semana, a rapidez e a oportunidade das informações, a identificação dos criadouros predominantes e o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas.

O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), do Ministério da Saúde, escolheu 170 municípios prioritários em todas as regiões do país e dividiu-os em estratos. Cada estrato tem entre 9 mil e 12 mil residências. Em média, são visitadas 500 residências por estrato. O cenário positivo, segundo o PNCD, é aquele em que os agentes de campo identificam, em cada 100 casas pesquisadas, menos de uma com a presença de larvas do Aedes. Entre uma e 3,9 casas com larvas em cada 100, a situação é de alerta. O ponto crítico se dá a partir de quatro casas com larvas em cada 100.

Infestação predial

A pesquisa de campo permite o levantamento do Índice de Infestação Predial (IIP), que é exatamente a proporção entre os imóveis com resultados positivos a cada 100 imóveis pesquisados. Tome-se, como exemplo, o Rio de Janeiro, que tem IIP de 7,2. Ou seja, a cada 100 casas visitadas pelos agentes do PNCD, 7,2 apresentavam criadouros do mosquito transmissor da dengue.

Em relação à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, também é possível se fazer uma outra leitura: aproximadamente 9% dos estratos visitados apresentaram menos de uma casa com larvas em cada 100. Isso significa que, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro o IIP é considerado aceitável apenas em 9% dos estratos pesquisados.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.