Média de larvas do mosquito da dengue em residências passa do dobro do ideal, mostra pesquisa

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 14h33

BRASÍLIA - Pesquisa do Ministério da Saúde revela que a média de presença de larvas do mosquito da dengue nas residências em área metropolitana supera 2,5% e em alguns lugares chega a 7,5%. "Isso é alarmante. O índice ideal é de até 1% de infestação", diz o ministro da Saúde, Saraiva Felipe.

Segundo ele, o governo federal está preocupado com o aumento de casos de dengue durante o verão, já que o calor e a chuva aumentam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O temor é de que haja uma nova epidemia, como ocorreu em 2002, quando 800 mil pessoas foram infectadas. "Estamos querendo evitar uma epidemia que possa agravar o quadro de saúde pública e de assistência médica, que já precisa ser muito melhorado", afirma Saraiva Felipe.

Para evitar que o mosquito se alastre, o ministério está investindo R$ 67 milhões no apoio aos governos estaduais e municipais, na mobilização das autoridades sanitárias e no envolvimento da sociedade. De acordo com as autoridades de saúde, 80% dos criatórios do mosquito da dengue estão dentro das casas ou em jardins e quintais. "É importante que a população tenha consciência de que até uma tampinha de refrigerante com água limpa e parada é um ótimo local para que o mosquito procrie", alerta o ministro.

Os estados do Norte e Nordeste, o Rio de Janeiro e Minas Gerais preocupam em especial as autoridades e devem redobrar os cuidados. No Norte e Nordeste, foi observado o aumento do número de casos da doença. "Na cidade do Rio e em municípios vizinhos, verificamos um índice elevado de infestação do mosquito nas casas", diz Felipe. Para reduzir esse quadro, 12,5 mil mata-mosquitos foram contratados para visitar as casas, descobrindo focos e levando informações de prevenção aos moradores. A visita em cada casa deve ser realizada a cada dois anos.

Em Belo Horizonte, o índice de infestação é baixo se comparado aos demais estados. O motivo da preocupação, porém, é que não há casos de infestações pelo vírus do tipo três da dengue. "Por isso a população não tem imunidade natural e a introdução do vírus seria motivo de uma epidemia e provocaria um grande estrago", destaca o ministro.

A agente de saúde pública Eva Rosa, explica que existem quatro tipos de vírus da dengue, que foram surgindo com a mutação natural do mosquito. A diferença entre as formas de doença que eles transmitem depende da reação do organismo de cada pessoa infectada. "O que faz a diferença entre cada um é a capacidade imunológica da pessoa, que vai fazer com que a dengue evolua para a forma hemorrágica, que pode levar à morte", diz Rosa.

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