SÃO LUÍS - Poeta, novelista, parlamentar, jornalista e professor, Gentil Homem de Almeida Braga (1835-1876) morou no sobrado número 782, Rua Grande, e que, mais tarde viria a receber seu nome. Neste endereço, no Centro Histórico de São Luís, o escritor, autor de livros como Clara Verbana (1866) e Entre o Céu e a Terra (1869), realizou inúmeras atividades culturais.
No livro Guia de São Luís, Jomar Moraes chama a atenção para dois aspectos do sobrado histórico. O primeiro é o mirante, “do qual se descortina boa parte da cidade”, e o segundo, a placa de bronze localizada na fachada do prédio e que contém a seguinte inscrição: “No Mirante desta casa, em 1869, Gentil Homem de Almeida Braga escreveu o livro de reminiscências Entre o Céu e a Terra. A placa é uma homenagem da Fundação Cultural do Maranhão, em 1976.”
Gentil Braga foi membro da Academia Maranhense de Letras e ocupou a cadeira nº 7. Foi ainda integrante do Grupo Maranhense, formado em meio ao movimento Romântico que tomava conta do Brasil na época. O escritor, exímio revelador dos aspectos peculiares da vida da São Luís, era ácido em suas críticas aos costumes e fatos do cotidiano relativos à Ilha do século XIX.
Filho de Antônio Joaquim Gomes Braga e Maria Mafra de Almeida, Gentil Braga, após concluir os estudos secundários, embarcou para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Central de Engenharia. A saúde fragilizada do então universitário impediu que ele prosseguisse com o curso. Em Recife, cidade na qual viveu após a temporada carioca, o futuro secretário do governo da província do Rio Grande do Norte concluiu o curso de Direito.
Segundo estudiosos, Gentil Braga era um homem de personalidade arredia, avesso a ambientes sociais. Em sua casa, na Rua Grande, no entanto, costumava promover saraus do qual participavam os músicos maranhenses. Além de São Luís, Gentil Braga cantou em versos outra cidade maranhense. Em São José de Ribamar, um dos mais conhecidos poemas de sua autoria, o poeta aborda as lendas do balneário.
No universo literário, o intelectual traduziu autores europeus importantes como Byron, Vingny e Heine. Com o pseudônimo de Flávio Reimar, Gentil Braga publicou livros como A Casca da Canaleira, Um Ex-Diplomata Encadernado, Três Liras e Um Presidente e uma Assembléia. Como político, Gentil Braga foi um dos mais influentes de sua época. Foi deputado estadual entre 1863 a 1866. Como promotor, atuou nas comarcas das cidades de Codó e Caxias e foi juiz na cidade de Guimarães.
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