Filme de Eminem é sucesso de público e crítica

GloboNews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

Se alguém ainda duvidava, a bilheteria americana do final de semana liqüidou a fatura. Eminem é o incontestável superstar da América. Seu filme de estréia como ator, ‘8 Mile’, conquistou o primeiro lugar de faturamento com US$ 54.4 milhões. A trilha sonora do filme semi-autobiográfico vendeu 702 mil cópias na primeira semana e está também em primeiro lugar. Além disso, 'The Eminem show', seu último CD, vendeu 6 milhões de cópias em seis meses e continua a segurar a oitava posição no hit parade. Dois discos entre os 10 mais e o filme mais assistido da semana. Tudo isso com um artista que não respeita nenhum dos valores tradicionais que parecem estar em alta na terra de George W. Bush.

Uma pesquisa de porta de cinema mostrou que 69% dos espectadores do filme têm menos de 25 anos, 53% são mulheres. O branquelo e malcriado Eminem parece ser o novo sex symbol da terra do Tio Sam. Um anti-Bono Vox em essência, que se dedica a todas as causas erradas. Enquanto o vocalista do U2 tenta salvar o mundo, Eminem prega o salve-se quem puder, principalmente ele mesmo.

E o pior, ou melhor, é que ele é bom no que faz. Seus discos têm uma produção esmerada, as letras são bem construídas apesar dos temas nada moral ou politicamente corretos e agora a crítica está incensando o filme. Não que a performance do ator empolgue muito, afinal, interpretar a própria vida não é difícil. O mérito maior, ao que parece, é do diretor Curtis Hanson conhecido pela direção de "Los Angeles - Cidade Proibida" e "Garotos Incríveis" e do roteirista Scott Silver, mas quem vai levar a fama é ele, disso ninguém duvida.

Com o título de "Da adolescência do rap para a riqueza", '8 Mile' é descrito na crítica do New York Times como "basicamente um filme dos anos 80 (parecendo uma estranha combinação entre "Flashdance" e "Purple Rain"). O diretor Curtis Hanson transformou o roteiro de Scott Silver em um bom trabalho dando-lhe alma, apesar de ser sombrio. Eminem, porém, tem o olhar duro e, em contraste com a intensidade de seu olhar, seus músculos faciais não se movem".

No roteiro, Jimmy Rabbit (Eminem) é um rapaz branco e pobre que luta para provar seu talento e sofre com o preconceito entre os poderosos negros do rap. Sua vida é uma desgraça de pobreza e maus tratos. Sua namorada está grávida, o expulsa do apartamento e ele vai morar com a mãe. Chato? Fica pior, a mãe, Stephanie, interpretada por Kim Basinger, é alcoólatra, sai com um colega dele de escola e cabe a ele cuidar da irmãzinha pequena largada pela mãe bêbada. (Na vida real, Eminem tem uma filha de seis anos, Hailie). As coisas clareiam quando ele encontra um novo amor, Alex (Brittany Murphy). Como ele, ela sonha com um mundo sem pobreza e com perspectivas.

O Washington Post também destaca a direção de Hanson. "Está chegando, você sente que está chegando: o show de Eminem. Mas o roteirista Scott Silver e o diretor Hanson (que fez o ágil "Los Angeles - Cidade Proibida" e "The Wonder Boys") fazem uma coisa astuta: te deixam esperando. Jimmy (Eminem) começa a emergir,em um desenvolvimento lento de borboleta com microfone e, enquanto você espera, a mística funciona".

Para o Los Angeles Times, porém, a força está com Eminem e não nas mãos do diretor. "O incendiário rapper Eminem faz uma estréia surpreendentemente convincente nas telas sob a direção de Curtis Hanson", alardeia o Los Angeles Times que conceitua o filme como um bom 'alguém lá em cima gosta de mim', mas reclama da falta da raiva típica do rapaz fenômeno da música e autor da bonita frase: "falo o que quero, quando quero, para quem quero e da forma que quiser". E o resto do mundo com isso? Com o aval de 30 milhões de discos vendidos o resto do mundo parece gostar.

"Você pode assistir "8 Mile" e não saber exatamente por que o homem tem apaixonados contra e a favor, mas dá para ter uma pista. A presença de Eminem é tão intensa, que mesmo de uma forma descaracterizada, ele e sua música têm indiscutível poder e integridade. De fato, a fúria borbulhante de Eminem, impossível sequer de ser disfarçada, é a coisa mais verdadeira do filme e o cerne de seu charme. Sua hostilidade e ferocidade, bem como seu indiscutível talento musical, vêm de algo muito profundo para ser misturado como os talentos de Elvis Presley foram", assegura o crítico do Los Angeles Times.

O único pecado do filme é se restringir ao início difícil da vida do rapper que depois de famoso já conseguiu comprar briga com meio mundo com suas declarações ofensivas e conquistar como poucos seu lugar ao sol. Pode ser, quem sabe, estratégia para uma continuação. Eminem hoje em dia é sinônimo de muitos cifrões e não há sinais de que isso vá mudar tão cedo. Apesar disso, semana que vem ele tem um desafio sobrenatural nas bilheterias: a estréia de 'Harry Potter e a câmara secreta'. Vai ser uma luta do dragão da maldade contra o menino feiticeiro. Que vença o pior.

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