Cultura

Livros trazem contos inspirados na obra de sambistas brasileiros

As obras são resultado de oficinas realizadas no Rio de Janeiro com moradores das periferias.

Na Mira / Com informações do Ministério da Cidadania

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13
O lançamento se insere na festa que encerra a mostra O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção.
O lançamento se insere na festa que encerra a mostra O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção. (Foto: divulgação)

BRASIL - A Fundação Nacional de Artes (Funarte), instituição vinculada ao Ministério da Cidadania, lança, neste domingo (28), livros inspirados em dois dos maiores sambistas brasileiros. Conta Forte, Conta Alto traz 28 contos criados a partir da releitura de canções de Martinho da Vila e 90 Anos de Malandragem reúne 25 narrativas curtas escritas com base no repertório de Bezerra da Silva.

Os contos foram produzidos nas oficinas de criação da Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiro, entre 2017 e 2018. Autores estreantes, moradores das periferias, apresentaram a sua releitura das obras dos dois artistas. Aproveitaram-se do rico repertório dos sambistas para criar narrativas autênticas e originais a partir de cenários, frases ou personagens sugeridos nas canções.

O lançamento se insere na festa que encerra a mostra O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção, no Museu de Arte do Rio (MAR). Após um ano de sucesso, a exposição, a mais visitada desde a criação do museu, aborda aspectos sociais, culturais e políticos da história do samba carioca desde o século XIX até hoje. A bateria da Mangueira estará no evento, que terá atrações durante todo o dia. O presidente da Funarte, o pianista Miguel Proença, é esperado no lançamento.

Desde que a Flup começou a revelar talentos, a paisagem literária brasileira tem sido frequentemente transformada por novas formas de narrar, novos cenários e novas questões. Com a publicação de Conta Forte, Conta Alto e de 90 Anos de Malandragem, a Funarte contribui para a difusão do trabalho dos jovens artistas e reforça a importância de dois nomes consagrados da música brasileira.

Sobre os músicos

Martinho da Vila nasceu em Duas Barras (RJ) em 12 de fevereiro de 1938. Mudou-se aos quatro anos com os pais, lavradores, para a cidade do Rio de Janeiro. Ganhou o famoso apelido após se tornar o principal compositor e autor de enredos da escola de samba Unidos de Vila Isabel. Gravou seu primeiro LP em 1969, incluindo os sambas Menina Moça e Casa de Bamba, que já faziam sucesso nos festivais de música da TV Record. Ao longo da década de 1970, foi um dos principais nomes a popularizar o partido alto, variante do samba que estava até então restrita às rodas profissionais. Desenvolveu sua carreira inspirado pelas ligações históricas entre as culturas africanas e afro-brasileiras.

Bezerra da Silva nasceu no Recife (PE) em 23 de fevereiro de 1927 e, desde menino, tocava zabumba e cantava coco. Aos 15 anos, saiu clandestino em um navio de Pernambuco e foi morar no Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro. Trabalhou como ajudante de pedreiro e pintor e tocava pistão e instrumentos de percussão. Ele mesmo contou que morou na rua e se dedicou à música por medo da fome. Nos anos 1950, cantando a vida dura do favelado, com picardia e malandragem, finalmente despontou no cenário musical. Gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro disco, O Rei do Côco, em 1975. Ao todo, foram 28 álbuns lançados em toda a carreira, que venderam juntos mais de três milhões de cópias. Faleceu no dia 17 de janeiro de 2005.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.