RIO DE JANEIRO - A última noite da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começou com críticas afiadas de dois jovens e aclamados autores. Na avaliação deles, a literatura e a sociedade ainda são permeadas pelo racismo e esse preconceito aparece, muitas vezes, nas expectativas do leitor.
Vencedor do Pulitzer, principal prêmio da língua inglesa, Colson Whitehead chamou a atenção para o fato de que personagens negros precisam sempre ter sua raça explicitada e, quando não têm, são imaginados apenas em situações específicas.
O autor contou que começou a escrever após uma visita ao Brasil, há 24 anos. Na época, ele recorda que chegou a ser parado pela polícia duas vezes. "Já me deu uma ideia clara do que é ser um homem negro aqui", disse.
Em seu retorno, ele conta que não é possível avaliar se a situação melhorou, por estar em uma "bolha de educação e gentileza".
"Se você pergunta a uma pessoa de pele clara se há problemas raciais na França ou na Alemanha, elas dizem que não. Se você pergunta a uma pessoa de pele escura, ela vai dizer que sim, o país é super racista. Muitos países têm essa questão da autoimagem. Depende da cor da pele de quem responde", afirmou explicando que não é só no Brasil que se nega a existência do racismo.
Estreante com o elogiado livro de contos O Sol na Cabeça, o carioca Geovani Martins conta que, em suas leituras, sempre viu personagens negros serem qualificados pela cor. Quando o autor quer se referir a esses personagens, eles são chamados de "o negro" ou "a negra".
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