BRASIL - O Atlas Econômico da Cultura Brasileira, lançado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Cultura, estima que os setores culturais brasileiros representavam, em 2010, cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do País.
A coleção, que terá seis partes, visa estabelecer uma padronização para medir a participação da cultura no Produto Interno Bruto. O Atlas aponta ainda para algumas das cadeias produtivas que serão estudadas de forma prioritária: audiovisual, games, mercado editorial, música e museus e patrimônio.
"O fato de termos a dimensão econômica da cultura pouco contabilizada leva a certa descrença do próprio governo de que o setor tenha um grande impacto econômico. O Atlas vai mostrar o quanto do que se produz de riqueza vem da área cultural, o que levará à conscientização do governo de que, em vez de se cortar recursos da cultura em um momento de crise, é importante fazer o contrário: investir em cultura para movimentar a economia e fazê-la crescer", disse o ministro da Cultura, Roberto Freire.
A pesquisa para a elaboração do Atlas começou em 2013 e foi desenvolvida em cooperação com a Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos em Economia Criativa e da Cultura da UFRGS, Leandro Valiati, os setores nacionais da música e da moda atualmente são os mais pujantes economicamente. No entanto, sofrem com a falta de reconhecimento econômico.
“A cultura brasileira é extremamente rica e pode servir como um insumo importante para se pensar em desenvolvimento econômico, tanto no mercado de trabalho como na geração de renda, de ocupação e de exportação. Nesse sentido é lógico que quando você tem crise econômica, os que mais sofrem são aqueles projetos, setores para os quais não é tão reconhecível a importância econômica.”
A medição do "PIB da Cultura" já existe em 21 países no mundo, sendo sete na América do Sul (Colômbia, Chile, Uruguai, Argentina, Peru, Bolívia e Equador). No Brasil, segundo o ministério, os dados existentes não são construídos com a periodicidade necessária para poder ser comparados. Também não há consenso no setor sobre quais setores e subsetores deveriam ser acompanhados.
Atlas
Com investimento de R$ 1,3 milhão por parte do MinC, a obra completa da Coleção Atlas tem conclusão prevista para abril de 2018. Os próximos volumes serão lançados a cada trimestre. Em junho, deve ser lançado o terceiro. Também serão publicados cadernos setoriais contendo informações específicas sobre a cadeia produtiva de setores que compõem a economia da cultura.
O Atlas estará disponível em formato digital no Portal do MinC a partir de julho, em uma plataforma digital aberta, que poderá ser atualizada automaticamente on-line e dar transparência aos dados do setor.
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