Discussão sobre vaquejadas

Após polêmica, Alexia Dechamps rebate deputado em nota

Atriz processará o deputado por calúnia, injúria e difamação.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h28
A atriz Alexia Dechamps.
A atriz Alexia Dechamps. (Reprodução/Twitter)

BRASÍLIA - Clima tenso em Brasília nos últimos dias. E um dos pontos altos entre as discussões envolveu a atriz e ativista Alexia Deschamps, que protagonizou uma polêmica, nessa terça-feira (25), em uma audiência realizada nas comissões do Esporte e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Em debate sobre a proibição das vaquejadas em todo país, após decisão do STF, a atriz, que integrava o grupo de ativista, chamou o deputado alagoano Pedro Vilela (PSDB) de moleque e teria dito, segundo o próprio deputado, a seguinte frase: “Calem a boca que eu já pago o Bolsa Família para o Nordeste".

A declaração causou revolta na audiência e chamou atenção nas redes sociais. Em nota, a atriz comentou sobre o caso e revelou que o parlamentar Pedro Vilela teria deturpado as palavras dela, tentando humilhá-la, e, segundo a própria atriz, ele teria dirigido-se ao plenário da Câmara para pedir que a Procuradoria da Casa entrasse em um processo contra Alexia.

A atriz revelou, ainda, que processará o deputado por calúnia, injúria e difamação, negando que tenha dito a tal frase.

Leia, abaixo, a nota enviada por Alexia Dechamps, na íntegra:

"Eu, Alexia Dechamps, repudio a atitude do deputado Pedro Vilela, do PSDB alagoano, de atribuir a mim palavras desrespeitosas contra o povo nordestino durante audiência pública sobre a regulamentação da vaquejada. Mais do que isso, abomino sua postura oportunista de aproveitar-se de um falso embate com uma pessoa pública, atriz profissional, para conseguir mídia fácil e destacar-se diante de seu eleitorado. O parlamentar, além de deturpar minhas palavras, me ofendeu, tentou humilhar e constranger, chegando a dirigir-se ao plenário da Câmara pedir que a Procuradoria da Casa me processe. Não sabe o Sr. Deputado que não me curvo a ameaças, que o tempo de mulheres indefesas e submissas é passado e que antes que siga com sua infâmia eu o estarei chamando a prestar contas de suas palavras perante os tribunais.

No intenso debate que acontecia entre os que defendiam a vaquejada como atividade econômica, geradora de empregos, e os que, como eu, afirmávamos que nenhum trabalho pode se basear em maus tratos a animais indefesos, defendi que o correto seria buscar alternativas econômicas para os vaqueiros que vivem da vaquejada. Se é uma cultura regional, que se mude a cultura, da mesma forma que se deve abandonar a prática das touradas na Espanha. Nada, absolutamente nada, justifica a violência contra animais ou seres humanos.

Disse ainda que no Nordeste, de onde provinha a maior parte dos vaqueiros lá presentes, existem outras atividades como pesca, turismo e lavoura, além do Bolsa Família, que poderia amparar os mais necessitados. Lembrei que a região é que mais tem inscritos no programa do governo federal. Se o auxílio existe, sustentado pelos impostos que eu e todos os brasileiros pagamos, para socorrer pessoas sem renda suficiente, deve ser utilizado para casos extremos como o que discutíamos.

A deturpação dos meus argumentos, como se vê, é vil. Espero que a exposição do caso sirva para desmascarar este tipo de ardil, mostrando aos eleitores do parlamentar quem ele realmente é, em lugar da imagem que gostaria de ver estampada nos jornais. A verdade costuma ser severa com quem manipula fatos e agride semelhantes para conquistar objetivos mesquinhos.

Vim para Brasília para defender a Constituição do meu país, defender a interpretação do Supremo Tribunal Federal contra as vaquejadas e as minhas convicções. É disso que eu vivo. É isso que sou".

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