Cultura

Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, completa 50 anos

Trajetória foi celebrada na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

Madson Euler / Agência Brasil

Atualizada em 02/11/2024 às 01h06
Ilê Aiyê foi criado em 1º de novembro de 1974, no bairro da Liberdade, em Salvador.
Ilê Aiyê foi criado em 1º de novembro de 1974, no bairro da Liberdade, em Salvador. (Mateus Pereira / Governo da Bahia)

SALVADOR - O primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, com sede em Salvador, está completando 50 anos.

Embora associado ao carnaval, o início do Ilê Ayê coincide com um momento histórico importante onde o mundo assistiu ao surgimento e fortalecimento de vários movimentos que lutavam e incentivavam a valorização da cultura negra como o Black Power, o movimento dos Direitos Civis americanos, e a independência de vários países africanos.

Criado em 1º de novembro de 1974, no bairro da Liberdade, em Salvador, o bloco que leva as cores preto, amarelo, vermelho e branco, teve seus primeiros desfiles com escolta policial. Os primeiros anos foram de muito preconceito, segundo Antonio Carlos dos Santos Vovô, conhecido como o Vovô do Ilê.

A conexão entre a religião e o Ilê Aiyê também é muito forte, afinal, grande parte da trajetória do bloco se mistura com a de Mãe Hilda e do terreiro Ilê Axé Jitolú, na Ladeira do Curuzu, em Salvador. Por quase duas décadas, o terreiro serviu ao bloco como diretoria, secretaria, salão de costura e recepção de associados.

No período carnavalesco, o Curuzu é palco de um ato cultural-religioso: a bênção para a saída do bloco, que acontece com uma orquestra de dezenas de percussionistas e o coral negro em uma celebração. Atualmente, o ritual é realizado pela filha de Mãe Hilda, Hildelice Benta dos Santos, a Doné Hildelice.

O Bloco da Liberdade continua com suas raízes no Curuzu. Sua sede, agora, é a Senzala do Barro Preto, onde são realizadas dezenas de atividades educativas de inclusão e também manutenção do legado do Ilê Aiyê. Lá também funciona a Escola Mãe Hilda, com laboratórios de informática, salas de aula, salas de pintura, cozinha industrial e outros espaços.

Neste ano do cinquentenário, o bloco ganhou documentário, shows dentro e fora do país, exposição e, na noite desta sexta-feira (1º), realizou-se um show para celebrar a trajetória do Mais Belo dos Belos. O espetáculo foi na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. Entre  os convidados, parceiros de longa data como a Orquestra Afrosinfônica e os cantores Matilde Charles, Daniela Mercury e Carlinhos Brown.

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