Mostra fotográfica

Exposição Renunciar/Mobi leva a São Luís dos anos 70 aos 2000 para o Museu de Arte do Rio

Mostra itinerante do Centro Cultural Vale Maranhão promove intercâmbio cultural entre regiões ao levar a obra do fotógrafo maranhense Mobi para o Rio de Janeiro.

Na Mira

Exposição Renunciar/Mobi leva a São Luís dos anos 70 aos 2000 para o Museu de Arte do Rio
Exposição Renunciar/Mobi leva a São Luís dos anos 70 aos 2000 para o Museu de Arte do Rio (Foto: Coleção Mobi)

RIO DE JANEIRO - A exposição itinerante Renunciar/Mobi, que apresenta a cidade de São Luís (MA) dos anos 70 aos 2000 de uma maneira jamais vista, por meio do trabalho do fotógrafo maranhense Mobi, chega na cidade do Rio de Janeiro. A mostra abre ao público no dia 15 de junho, às 11h, no Museu de Arte do Rio - MAR. 

Com curadoria de Gabriel Gutierrez, diretor do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), a exposição convida o público a conhecer o Brasil que ficou à margem e apresenta a obra de Mobi em três linhas narrativas: a cidade oficial, berço das transformações urbanas e mobilizações políticas; a cidade marginal, que, embora esquecida, constitui os alicerces para seu funcionamento maior; e as pessoas, agentes que constroem, transformam, assistem e habitam os espaços urbanos.

O acervo utilizado para compor a exposição pertence ao Instituto Federal do Maranhão e foi digitalizado pelo Centro Cultural Vale Maranhão. Ao todo 5 mil fotos foram pesquisadas. 

“Mobi foi um fotógrafo que esteve à margem do que foi amplamente exposto, publicado e divulgado. Ele documentou o que podemos chamar de ‘cidade amazônica’, que é uma cidade complexa, que não cabe nos moldes que estamos habituados a conceber e construir. O trabalho é um manifesto sobre a importância do cotidiano e do humano na conformação e sustentação da urbanidade específica. Por trás dos grandes feitos, são as pessoas que, em profundidade psicológica e de experiência, miram-se nesse grande espelho. Mobi fotografou a rua, as praças, os edifícios, os bichos e o que encontrava enquanto cidadão, sujeito popular, de São Luís, e revelou a oposição flagrante própria desse espaço urbano”, conta Gabriel.

As visitas de Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e Luiz Inácio Lula da Silva ao Maranhão são alguns dos destaques entre as 151 fotos escolhidas para compor a mostra, que também conta com um documentário dirigido pelo cineasta Beto Matuck, cujo conteúdo apresenta Mobi pelos depoimentos e reações de amigos que mergulharam no universo fotográfico do artista, desconhecido até por quem fazia parte de seu ciclo.

Esta é a quarta exposição do Centro Cultural Vale Maranhão que itinera por espaços culturais do Brasil. “A itinerância de ‘Renunciar/Mobi’ apresenta a diversidade cultural do Maranhão e dialoga com diferentes públicos ao trazer um olhar sobre a cidade e como seus moradores se relacionam com ela. Mostrar essa experiência para o Rio de Janeiro se conecta à atuação do Instituto Cultural Vale no sentido de promover a circulação da cultura entre os eixos Norte-Nordeste e Sul-Sudeste, e vice-versa, contribuindo para a descentralização do acesso e promovendo novos diálogos”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A itinerância inaugura uma parceria entre o CCVM e o MAR, que ainda prevê uma segunda exposição com temática maranhense para o segundo semestre. Renunciar/Mobi ficará em cartaz gratuitamente no Foyer do MAR, espaço localizado no 5º andar do prédio da Escola do Olhar, até o dia 27 de outubro. 

“Apresentar, em parceria com o Centro Cultural Vale Maranhão, um panorama da obra fotográfica de Mobi no Museu de Arte do Rio é abrir a possibilidade de enxergar a poética de um fotógrafo para além do trivial. Diante de suas fotos, enxergamos a rotina das ruas, dos rostos, da fruição da vida. Eis a beleza da função foto-jornalística: documentar. A nova mostra do MAR pontua esse cruzamento da imagem revelada como arte e da intenção do artista como um produtor de documentos históricos”, destaca Leonardo Barchini, diretor do MAR e da OEI no Brasil. 

Sobre Mobi

Luiz Gonzaga Araújo Frazão, o Mobi, foi um fotógrafo maranhense nascido em São Luís Gonzaga, em 1953. Iniciou sua carreira em 1978, realizando sua primeira exposição individual, Facetas da Ilha, quatro anos depois. Em sua carreira, atuou em coberturas jornalísticas, esteve à frente da diretoria de promoção da Associação Profissional dos Fotógrafos do Estado do Maranhão, lecionou como professor de fotografia e fundou o Moversarte - Movimento Ecológico Regional de Saúde com Arte, projeto responsável por iniciativas sociais, ambientais e culturais voltadas aos moradores de São José dos Índios, em São José de Ribamar, onde trabalhou até seu falecimento, em 2007.

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