BRASIL - A estreia do ator Lázaro Ramos como diretor de cinema tem enfrentado dificuldades. O seu primeiro filme, "Medida Provisória", teve problemas com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), que bloqueou a sua exibição no circuito comercial brasileiro.
A assessoria do filme, em nota divulgada na segunda-feira (6), comentou que a produção de Lázaro não tem estreia programada no Brasil. De acordo com o comunicado, a proibição do filme ser veiculado no país está ligada à Ancine. “Ao longo de mais de um ano foram trocados com a agência dezenas de e-mails, checados o recebimento e andamento de protocolos, bem como foram realizadas consultas processuais”, diz a nota.
Essa não é a primeira vez que Lázaro tem o seu primeiro longa criticado por órgãos envolvidos com o setor cultural. Em abril deste ano, Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, fez duras críticas ao filme e chegou a pedir o boicote à produção. “O filme, bancado com recursos públicos, acusa o governo Bolsonaro de crime de racismo — deportar todos os cidadãos negros para a África por Medida Provisória. Temos o dever moral de boicotá-lo nos cinemas. É pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente”, reclamou Sérgio.
O filme "Medida Provisória" é inspirado em uma peça teatral dos anos 2000 e fala sobre um governo que, alegando o suposto intuito de “reparar” as injustiças da escravidão, determina que todos os negros sejam enviados para a África de seus antepassados.
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