Premiação

Ivete Sangalo desabafa durante premiação: "Brasil é um país racista e homofóbico"

Durante a premiação no programa Domingão do Faustão, no último domingo (27), a cantora discursou sobre os problemas sociais do Brasil.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h05
Ivete Sangalo faz desabafo durante premiação
Ivete Sangalo faz desabafo durante premiação (Reprodução/TV Globo)

A cantora baiana Ivete Sangalo, foi premiada na noite do último domingo (27), com o Troféu Mário Lago. O prêmio é uma homenagem do Programa Domingão do Faustão a artistas que se destacam no mundo do entretenimento. Durante a ocasião a cantora fez um discurso crítico e comentou sobre os problemas sociais do país. “O Brasil é um país racista e homofóbico”, pontuou.

A cantora fez uma reflexão sobre a importância dos fãs para sua carreira e sobre o comportamento das pessoas diante a pandemia da Covid-19, destacou que o país precisa de mudanças em muitos aspectos.

“Somos conhecidos no mundo pela nossa alegria e simpatia. Reconheço isso, mas acho que é preciso haver um reconhecimento também das nossas falhas como sociedade. O Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo. O Brasil é racista, homofóbico, de feminicídio e ataque as minorias”, discursou.

“E esse perfil doente, equivocado é pautado todo na ideia da desigualdade. O poder dessas pessoas parte da desigualdade. Sabendo todos eles, que somos todos iguais em direitos. Cada um de nós tem uma maneira de ser, personalidades e gostos, mas somos todos iguais em direitos”, concluiu Ivete.

Fausto Silva reforçou a fala da cantora.“O país não tem segurança, educação. A Ivete tem toda a razão. É também por esse lado cidadã dela que ela está aqui para receber o prêmio”, avaliou o apresentador.

Ivete ainda reforçou sua indignação com os preconceitos presentes em boa parte da sociedade brasileira. A cantora falou sobre a sua revolta com a discriminação racial em um país em que negros são as maiores vítimas de homicídios e os homossexuais são desrespeitados. Ivete também expressou sua repulsa com o machismo ao lembrar que os casos de feminicídios aumentaram no país durante a pandemia.

“Agradeço o fato de ser reconhecida, famosa. Mas sou uma mãe. Meu filho pode correr na rua sem camisa. Seria, pra mim, terrível, não deixar meu filho andar na rua porque ele seria alvejado por uma bala. Ou um filho meu ser homossexual e não poder ser feliz”, desabafou.

“O que eu vou ensinar para minha filha sobre esse mundo machista, que usou o argumento da pandemia para aumentar o número de mulheres assassinadas, dizendo que os homens não tinham entretenimento em casa?”, observou a artista.

“Somos felizes, um povo vibrante, cheio de histórias lindas para contar, mas precisamos manter a memória das histórias lindas por meio do reconhecimento das nossas falhas”, encerrou a homenageada.

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