Internacional

ONU: 800 mil refugiados africanos correm risco de ficar sem comida

O Acnur e o PAM advertiram que os cortes agravam os níveis de desnutrição e anemia.

Agência Lusa

Atualizada em 27/03/2022 às 11h53

GENEBRA - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) alertaram nesta terça-feira (1) para os cortes no fornecimento de alimentos a refugiados. Em um encontro em Genebra com representantes de governos africanos, as duas agências da ONU advertiram que a falta de fundos, combinada com problemas de logística e de segurança, obrigou a cortes nas rações alimentares de cerca de 800 mil refugiados na África.

Os países mais afetados pelos cortes no fornecimento de alimentos são o Chade, Sudão do Sul e República Centro Africana, onde os cortes chegam a ser de mais de 50%, afetando cerca de 450.000 refugiados. A distribuição de rações foi reduzida também em Burkina Faso (43%), na Libéria (38%), em Moçambique (23%), em Gana (20%), na Mauritânia (5%) e em Uganda (5%).

O Acnur e o PAM advertiram que os cortes agravam os níveis, já inaceitáveis, de desnutrição e anemia, que colocam as crianças em risco. A diretora do PAM, Ertharin Cousin, e o alto-comissário para os refugiados, António Guterres, lançaram hoje um apelo urgente para a doação de dinheiro.

"Muitos refugiados na África dependem do PAM para viver, e agora estamos sofrendo porque faltam fundos (...) apelamos aos governos doadores para que ajudem todos os refugiados", declarou Ertharin Cousin. António Guterres acrescentou que "o número de crises está ultrapassando o nível de fundos para as operações humanitárias (...). É inaceitável que no mundo de hoje tantos refugiados sejam confrontados com a fome crônica".

O PAM precisa de US$ 186 milhões até dezembro para repor níveis adequados de fornecimento de alimentos, enquanto o Acnur precisa de US$ 39 milhões para ajuda alimentar a refugiados na África.

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