Troca de Ideia

Regina Avelar e a herança deixada pelo mestre Leonardo

Há mais de 20 anos como gestora do bumba boi e do tambor de crioula do mestre Leonardo no quilombo Urbano da Liberdade.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 07/06/2024 às 09h18

Claudia Regina Avelar, ou simplesmente Regina, como é conhecida pelos amigos e familiares, é a quinta filha de Leonardo Martins dos Santos – o mestre Leonardo, fundador do Boi da Liberdade (também chamado Boi de Leonardo), sotaque de zabumba. 

Em passagem nessa terça-feira (4/6) pelo PLUGADO NA MIRANTE FM, em TROCA DE IDEIA descontraída e bem receptiva com o jornalista PEDRO SOBRINHO, a mestre e fazedora de cultura contou um pouco sua história com o boi que é uma herança familiar. Hoje, dirigente do grupo, Regina nunca se viu nessa função, por muito tempo esteve longe da brincadeira e só se envolveu quando a saúde de seu pai ficou debilitada.

Turma do bumba meu boi e tambor de crioula do Mestre da Leonardo, do Quilombo Urbano da Liberdade. Foto: Divulgação
Turma do bumba meu boi e tambor de crioula do Mestre da Leonardo, do Quilombo Urbano da Liberdade. Foto: Divulgação

Nascida em Cururupu, desde a infância Regina teve uma base de cultura popular forte na família, mas decidiu seguir seu próprio caminho. Com formação em gestão pública na área de saúde, foi trabalhar no Rio de Janeiro e só em 1996 retornou a São Luís, por um chamado de seu pai.

O mestre Leonardo, porém, apostou as fichas na filha recém-chegada e passou para ela a gestão do grupo, quando não podia mais comandar o boi.

À frente do boi por 40 anos, Mestre Leonardo faleceu em 2004, ano em que Regina assumiu oficialmente a direção da associação junina que congrega não só o boi da Liberdade como também o tambor de crioula de Mestre Leonardo.

Quando indagada sobre o seu poder feminino como gestora da herança cultural deixada pelo pai, REGINA AVELAR foi realista ao dizer, que ao assumir o dia a dia da administração dos grupos foclóricos criados pelo mestre Leonardo recebeu críticas e rejeição, principalmente, dos homens mais velhos brincantes do grupo, e também por ocupar um lugar tradicionalmente “masculino”. Desavenças já superadas porque Regina decidiu combater as críticas com trabalho, mantendo viva a tradição do boi de zabumba em diálogo com as referências e influências que ela traz de outros campos.

Representatividade feminina

Há mais de 20 anos no comando do Boi da Liberdade, com cerca de 120 brincantes, Regina cuida da memória do pai e constrói seu próprio legado ao imprimir sua personalidade na gestão do grupo folclórico.

No fim da conversa, ela informou sobre a agenda do boi da liberdade e tambor de crioula nesta semana em São Luís. Nesta quinta-feira (6/6), as brincadeiras irão animar a festança no Centro Cultural Vale Maranhão. Na sexta (7) e sábado (8), é a vez do SÃO JOÃO DO THAY.

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