Troca de Ideia

Itaú Cultural oferece curso de formação para professores

Lançado pelo Itaú Cultural e Itaú Social o curso Formação como Curadoria: Literatura para crianças. Em entrevista à Mirante FM, Juliana Yade convida professores da Educação Infantil para participarem do curso, que pode ser acompanhado online.

Pedro Sobrinho

Atualizada em 23/01/2024 às 09h04
Juliana Yade coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social
Juliana Yade coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social (Divulgação/Itaú Cultural)

Na terça-feira (16/1), a Escola Itaú Cultural e o Itaú Social lançaram o curso Formação como curadoria: Literatura para crianças, que pode ser acompanhado de modo autoformativo em escola.itaucultural.org.br. As aulas, com duração total de quatro horas, são voltadas para formadores e professores da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de educadores e instrutores de salas de leitura, profissionais de bibliotecas, pesquisadores e interessados em geral.

Organizado pelas equipes do Itaú Cultural e do Itaú Social, o programa parte do pressuposto de que a curadoria para e com as crianças é de grande responsabilidade, uma vez que está diretamente ligada à ideia de que tipo de leitor será formado. Em especial, se o objetivo for a formação de crianças leitoras com amplo repertório estético e cultural, pensamento crítico e que construam empatia. Em entrevista ao PLUGADO, na MIRANTE FM, produzido e apresentado pelo jornalista PEDRO SOBRINHO, a coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social, JULIANA YADE, falou sobre a importância do curso e convocou os professores de Educação Infantil do Maranhão para participar do projeto educativo.

- A formação oferece inspiração e estratégias para educadores no processo de curadoria de obras literárias para crianças, permitindo que realizem seleções enriquecedoras e alinhadas com a necessidade e interesse das crianças”, disse Juliana Yade. “Acreditamos que essa interação favorece a experiência leitora tanto das educadoras como das crianças, além de estimular a imaginação, desenvolver habilidades cognitivas e criar uma conexão de afeto duradoura com a leitura”, completa. “É importante para o curso a participação dos professores da Educação Infantil do Maranhão, através do endereço virtual: escola.itaucultural.org.br”, informa.

Assim, oferecendo recursos como vídeos, podcast e PDFs, o objetivo de Formação como curadoria: Literatura para crianças é demonstrar a importância da curadoria e mediação do livro de literatura para crianças; oferecer repertório teórico e ferramentas práticas para isso. Por fim, abrir para discussão para as possibilidades de formar um público leitor desde a infância.​ 

Com conteúdo teórico e prático, o conjunto da formação apresenta o que é curadoria, debate como se pode formar leitores e introduz o conceito de direito à literatura, formulado pelo crítico literário Antonio Candido. Levando sempre em conta o papel das próprias crianças na escolha do seu caminho como leitores, as aulas trazem os seguintes tópicos: Apresentação; Para começar a discussão; Qualidade literária​; Quem é a criança para qual apresentamos a literatura?​; O que confere qualidade às obras literárias?​; Atividade prática​; Quem faz a curadoria?​; Encerramento.

Por fim, o curso indica uma série de materiais para aprofundar o horizonte aberto pelas aulas e estabelecer uma relação contínua com as obras literárias. Ainda, apresenta dicas para uma boa curadoria. Por exemplo, diversificar os temas, buscando autores com diferentes vivências e trajetórias (mulheres, homens, brasileiros, estrangeiros, brancos, negros, indígenas) e livros de gêneros variados (conto, novela, poesia, do clássico ao contemporâneo). Importante, também, não subestimar a criança, procurando selecionar livros que não menosprezem a capacidade dos leitores – seja pela linguagem escrita, ilustração e pelos formatos utilizados, seja pelas características dos personagens e pelos tipos de conflito que vivem. 

Outra dica é pensar nas imagens para priorizar livros que ampliem o repertório estético das crianças, observando como as ilustrações e o texto dialogam entre si e se complementam. Ainda fugir de estereótipos e preconceitos, sempre apresentando livros que abordem, sob uma perspectiva afirmativa a diversidade, seja ela de gênero, raça, origem/nacionalidade, religiosa e de inclusão de  pessoas com deficiência. Em outras palavras, livros que tratem de preconceito e exclusão social – e das dificuldades e violências surgidas daí – são ótimas opções, mas também é importante escolher aqueles que retratem a vida  das pessoas para além da discriminação, com personagens que experimentam o cotidiano e têm experiências comuns.

A quinta e  última dica é acolher diferentes formas de participação, levando em conta as diversas possibilidades de conversa que os livros apresentam. É importante considerar, também, obras que possam mobilizar o engajamento e a leitura conjunta, como as que apresentam a repetição de uma frase ou de um trecho ao longo da história. As crianças participam dos momentos de leitura de muitas maneiras – quietas observando o mediador, repetindo as palavras, conversando com os personagens, escutando  enquanto brincam, em pé, dançando de olho no livro.

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