Festival

Back2Black festeja os 60 anos do Dia da África com shows

O evento, que ocorre dias 26 e 27 de maio, retorna com música, palestras, arte contemporânea, fotografia, teatro, moda, dança, literatura, rodas de conversa e gastronomia, desta vez, no Armazém da Utopia e no Parque Madureira

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 02/05/2023 às 22h16

A 11ª dição do festival Back2Black,apresentado pelo Instituto Cultural Vale e Shell, com captação via Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, está chegando.

O evento retorna com música, palestras, arte contemporânea, fotografia, teatro, moda, dança, literatura, rodas de conversa e gastronomia, desta vez, no Armazém da Utopia e no Parque Madureira.

Back2Black; festival de música negra pra divertir e contagiar o Rio de Janeiro. Foto: Divulgação
Back2Black; festival de música negra pra divertir e contagiar o Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Start do Festival

A programação do BACK2BLACK começa na Zona Portuária no dia 25 de maio (quinta-feira), data em que se comemoram os 60 anos do Dia da África. A série de diálogos de Pret’Upias, além de enaltecer a essência desse dia como uma gratidão ao continente africano como o berço da civilização, demonstrará também uma perspectiva de futuro a ser construído sob as perspectivas africana e afrodiaspórica. Ideais que vão ecoar por todo o festival.

Um mar de gente participa da roda do Back2Black. Foto: Divulgação
Um mar de gente participa da roda do Back2Black. Foto: Divulgação

Shows

No dia 26 (sexta), o Palco Orun receberá grandes “feats”. Uma bem especial será entre orapper Emicida, que traz a grande celebração de seu show-experiência “AmarElo”, e o seu convidado especial: o músico, compositor e ativista Dino d’Santiago (Cabo Verde), com a sua musicalidade do R&B e dos ritmos populares cabo-verdianos — como a morna, o funaná e o batuku. O palco também terá um encontro de legados familiares, com o multi-instrumentista, cantor e compositor Chico Brown, filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque, que convida para uma participação especial o também multi-instrumentista e compositor Mádé Kuti (Nigéria), filho do músico Femi Kuti e neto de Fela Kuti, e que debutou em 2021 com o álbum “For(e)ward”. Também estarão presentes as batidas do renomado DJ, compositor e produtor de hip-hop James BKS (França), o filho do celebrado saxofonista camaronês Manu Dibango (morto pela Covid em 2020) que une o seu talento com os beats à batida tradicional de povos originários camaronenses como o douala, o bulu e o bikutsi. A convidada de James será a revelação carioca N.I.N.A, que representa a cena de grime e drill brasileiras com seus versos cheios de rima e potência.

Já no Palco Aiye, As picapes da bombada DJ e produtora DBN Gogo (África do Sul), demonstrará o que fez o ritmo eletrônico amapiano se tornar, hoje, a nova queridinha dos clubs; e, em versão Sound System, o movimento cultural carioca Okupiluka, que divulga arte e música africanas em suas
festas nas zonas Norte e Central carioca.

No dia 27 (sábado), os destaques do palco Orun serão o músico e cantor Salif Keïta (Mali). Também conhecido como a “voz de ouro da África”, o ex-integrante do lendário grupo africano Les Ambassadeurs e também ativista por mais respeito e dignidade às pessoas com albinismo realiza apresentações memoráveis por onde passa ao entoar o seu som solar que une a musicalidade tradicional do povo mandinga com R&B, funk e jazz fusion. O palco também tem, pela primeira vez no Brasil, a cantora e compositora Tiwa Savage (Nigéria), a “diva dos afrobeats” com 16 milhões de seguidores no Instagram que leva a sua musicalidade inspirada nos grandes nomes da Black Music dos anos 1990, como Mary J. Blige e Chaka Khan. Também estarão presentes o furacão do pop brasileiro, Iza, com um show exclusivamente feito para a noite especial; e a suavidade romântica da jovem revelação baiana que saiu das redes sociais para o mundo, Agnes Nunes. No Palco Aiye, a cantora e compositora baiana Sued Nunes demonstra a sua ancestralidade e vivência através de suas canções carregadas de axé; o cantor, compositor e instrumentista brasiliense Hodari demonstra seu R&B romântico-erótico com pitadas de funk; e as carrapetas da carioca DJ Tamy garantem os grooves na pista.

Já no dia 28 (domingo), o festival aporta em um importantíssimo bairro negro do Rio, Madureira, e promove um grande intercâmbio musical entre África x Brasil com Salif Keïta e sua banda, e seus convidados. A atual ministra da cultura Margareth Menezes será uma das confirmadas.

Além de tudo isso, durante o festival, também será lançado o Instituto Back2Black, para promover residências entre artistas africanos e afrobrasileiros, desenvolver trabalhos com refugiados e ampliar as vozes das comunidades quilombolas. As tendas e barracas da Feira Preta também apresentarão, de forma bem didática e durante todos os dias do evento, a história e a riqueza por trás de criações gastronômicas africanas e afrobrasileiras, já que a fome nunca, jamais foi negra.

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