O baterista José Gil, 23 anos, filho caçula de Gilberto Gil, fruto do casamento com Flora Gil, juntamente, com os sobrinhos, o guitarrista Francisco Gil, 19 anos, filho da cantora Preta Gil com o ator Otávio Muller, também, guitarrista João Gil, filho de Nara Gil, a filha mais velha de Gilberto Gil, integra a banda Sinara.
O clã Gilberto Gil e Luthuli Ayodele, letrista e vocalista da banda, contam, ainda, com o auxílio do pernambucano Magno Brito, de 24 anos, que assumiu o baixo, e, mais recentemente, de Leo Israek, o tecladista e filho mais novo de George Israel, do Kid Abelha. Aos 19 anos, o estudante de engenharia ambiental toca em outras quatro bandas — uma delas com Rafael Frejat, rebento do líder do Barão Vermelho. Na opinião do pai, o caminho da música é inevitável.
Disco
Sinara é o nome do grupo, que tem repertório próprio com influências do pop, reggae e rock pesado. O EP "Sol" foi lançado, com distribuição pela Sony Music, traz no nome a nova integrante do clã. "É uma homenagem à minha filha que vai nascer", diz o guitarrista Francisco, 19, filho de Preta Gil.
Brodagem
Mas não foi a sintonia em família que deu personalidade à banda, mas sim, uma amizade especial, que aproximou duas realidades socialmente distintas na capital fluminense.
A afinidade aconteceu logo nos primeiros encontros, numa escola da Gávea. Durante o recreio, Francisco e o vocalista e letrista Luthuli Ayodele, gostavam de jogar futebol e de conversar. Sempre tinham assunto de sobra e se divertiam contando histórias sem pé nem cabeça para os colegas da turma. Os dois tinham a mesma idade (10 anos), mas histórias de vida bem diferentes. Enquanto o primeiro veio de uma família com um dos sobrenomes mais famosos da MPB, o segundo nasceu e cresceu na maior comunidade do Rio, a Rocinha. A paixão pela música aproximou ainda mais os dois. Chamaram um amigo em comum e montaram uma banda que tocava apenas uma única canção: “O Tempo Não Para”, de Cazuza. Dez anos depois, já longe do colégio e com aulas de música e canto no currículo, eles se reencontraram. Luthuli mostrou suas letras para Francisco, que gostou e resolveu convocar um primo e um tio para tocá-las.
Repertório
A inspiração das letras nasceu justamente dessa dicotomia, que está estampada na capa do EP, com a vista que a favela tem do mar. Suas canções são positivas, mas não abandonam o contexto social, seja em "Favela", com o refrão fácil "Favela sou eu, Favela é você", ou o questionamento em "Marchando" : "A cada horizonte eu tenho fé e esperança para mudar / eu quero ver quando o tempo fechar, a corrente bater e o medo apertar / eu quero ver".
Os seis integrantes da Sinara têm influências e gostos musicais bem diversos, que vão do samba ao rap passando por reggae e rock pesado. No repertório, grande parte das músicas é de autoria própria, como “Floresta”, escrita por Luthuli. Mas há espaço para hits-chicletes, como “Boa sorte”, de Vanessa da Mata, “Hoje eu quero sair Só”, de Lenine, e “Querem meu sangue” (versão de Nando Reis para “The harder they come”, de Jimmy Cliff) e "Beija-Flor", da Timbalada. Da célebre família, já entraram nos shows “Vamos Fugir” e “Sinais de fogo”, esta cantada por Preta num dos shows da banda.
Um momento do Sinara no programa Corujão do Esporte, da Rede Globo.
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