Cantoras reveladas recentemente fazem releitura do repertório da compositora
A obra de Marina Lima ganha releitura por vias pouco convencionais. O tributo coletivo Literalmente loucas - as canções de Marina Lima reúne um time de doze cantoras reveladas recentemente em um repertório que foge dos inúmeros hits conquistados pela homenageada. O projeto idealizado e roteirizado pelo DJ Zé Pedro para seu selo Jóia Moderna tem curadoria na esperta seleção de elenco por Patrícia Palumbo.
Exalando Sampa feelings, maior parte do elenco vem da terra cosmopolita que viu acontecer a Tropicália, o rock e a vanguarda. A voz cativante de Tulipa Ruiz abre o disco - e brilha - com Memória fora de hora, seguida pela não menos genial Andreia Dias em Quem é esse rapaz e Bárbara Eugênia charmosa em Por querer (todas). A seleção ainda vai passar por Karina Zeviani em Confessional, Graziela Medori em Bobagens, meu filho, bobagens, Anelis Assumpção em À meia voz, Iara Rennó em Alma caiada, além de Claudia Dorei que fecha o disco com a desconstrução de O solo da paixão.
Mas o charme do mundo é ainda mais amplo e em um dos melhores momentos vai ao Pernambuco de Karina Buhr em Tão fãcil e na Bahia de Márcia Castro em Meu doce amor. Do Rio vem a estilista Nina Becker com O meu sim e Joana Flor, essa radicada em São Paulo, com Seu nome. O elenco pode funcionar como uma espécie de catálogo - livre - da nova música brasileira.
Além de cantora e compositora, Marina Lima sempre foi produtora de caprichados arranjos e novas propostas. Esse lado também fica evidente com forte dose de ousadia nas novas releituras. Cada uma das doze cantoras teve liberdade pra visitar Marina sem deixar de lado seus estilos. Se não procura uma unidade musical, a linha é encontrada na diversidade criativa. Releituras aproximam autora e intérpretes; universos femininos de ousadia.
O apropriado título vem da obscura Literalmente louca, faixa do primeiro LP de Marina e não incluída nessa celebração. A seleção do elenco responsável pelas releituras é um catálogo de novas idéias, prova de que apesar dos ouvidos cansados de parte do público e da mídia que ilumina sempre os mesmos nomes, a música brasileira vive um período riquíssimo de revelar talentos. Marina sabe disso, Zé Pedro também, assim como Patrícia Palumbo. Esse trio antenado ignora regras do velho mercado e respira acima dos ares viciados com idéias e projetos bacanas.
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