Sétima Arte

Assista no fim de semana documentário sobre a Vida da atriz Leila Diniz

Já que Ninguém me tira para dançar é dirigido pela atriz Ana Maria Magalhães, uma de suas grandes amiga, e será exibido sábado e domingo, no Itaú Cultural Play. "Leila deixou como legado amor, verdade e liberdade".

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56

Neste sábado (15/1) e domingo (16/1), das 19h às 23h, o Itaú Cultural Play exibe "Já que ninguém me tira para dançar, em sessão especial. Único documentário longa-metragem sobre Leila Diniz (1945-1972), é dirigido pela atriz Ana Maria Magalhães, uma de suas grandes amiga, anfitriã no TROCA DE IDEIA, dessa quinta-feira (13/1), no PLUGADO, na MIRANTE FM.

Ana Maria Magalhães, atriz e diretora do documentário longa-metragem Já que Ninguém Me Tira Pra Dançar. Foto: Google/Divulgação
Ana Maria Magalhães, atriz e diretora do documentário longa-metragem Já que Ninguém Me Tira Pra Dançar. Foto: Google/Divulgação

A produção mescla imagens de filmes, fotos e cenas ficcionais vividas por Leila – no filme interpretadas em tempos diversos por Lídia Brondi, Louise Cardoso e Lígia Diniz. A produção forma uma paleta que reafirma porque a atriz se tornou um ícone brasileiro. Por um lado, influenciadora de toda uma geração, por outro, rejeitada pelos generais e militares, além da sociedade conservadora vigente no país naquele período de ditadura.

O filme voltará a ser exibido na Itaú Cultural Play no dia 25 de março, data em que ela completaria 77 anos. Ele integrará uma mini mostra com produções das quais a atriz participou: A madona de cedro e Corisco, o diabo loiro, ambos dirigidos por Carlos Coimbra – o primeiro em 1968 e o segundo realizado um ano depois – e O Homem nu, sob direção de Roberto Santos, também em 1968.

- Já que ninguém me tira para dançar mostra o modo de ser e de viver dos artistas e das jovens brasileiras nos anos 60, plenos de entusiasmo e ingenuidade”, conta Ana Maria. “As novas gerações não sabem quem foi Leila, uma atriz que valorizou a verdade, a liberdade e o amor, porque acreditava que as pessoas podem realizar as suas melhores potencialidades e não as piores - destaca a diretora.

A atriz Leila Diniz protagonista do documentário longa-metragem Já Que Ninguém Me Tira Pra Dançar. Foto: Google/Divulgação
A atriz Leila Diniz protagonista do documentário longa-metragem Já Que Ninguém Me Tira Pra Dançar. Foto: Google/Divulgação

A liberdade de Leila, que, por exemplo, posou para uma foto de biquíni aos oito meses de gravidez e falava sem censura sobre todos os temas, até a respeito de sua sexualidade, era incompreendida não somente pelos conservadores e militares, como também pelas feministas da época. Outro trecho do filme, a célebre entrevista que ela deu ao jornal Pasquim, em 1969, evidencia isso ao revelar as ondas de indignação que
provocou nesses dois lados. Para Ana Maria Magalhães, Leila Diniz representa muito para este momento atual brasileiro, considerado por ela como um retrocesso.

- Pela importância de Leila Diniz teve na vida brasileira em que causou sem ser de fato uma militante, mas espontânea como uma mulher cheia de liberdade, que amava a vida, renasce como luz e serve como uma referência feminina, humanizada para este retrocesso que vivenciamos no Brasil com o discurso conservador, hipocrita e machista assimilado e verbalizado por alguns - completa.

Leila Roque Diniz morreu num acidente aéreo, voo 471 da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem à Austrália.

Sobre Ana Maria Magalhães

Nasceu no Rio de Janeiro em 1950. Trabalhou como atriz em mais de 25 filmes, entre eles Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos, Lúcio Flávio, passageiro da agonia, de Hector Babenco, Os sete gatinhos, de Neville D’Almeida, O estranho caso de Angélica, de Manoel de Oliveira, e A idade da terra, de Glauber Rocha. Depois de participações na televisão, como na novela Gabriela, de 1975, passou a dirigir filmes. Entre eles, os curtas-metragens Assaltaram a gramática, de 1984, Spray Jet, de 1985, O bebê, 1987, Mangueira amanhã, 1992, e um segmento do filme Erotique, de 1994, além dos longas-metragens Lara, de 2002, Reidy, a construção da utopia, 2009, e Mangueira em 2 tempos, de 2020.

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