Olimpíadas de Tóquio, no Japão

Além de cantar Qui Nem Jiló, em Tóquio, Mako Tanaka também canta Engenho de Flores do maranhense Josias Sobrinho

A tradutora japonesa contratada para acompanhar uma das equipes da TV Globo em Tóquio, cantou a música do cantor e compositor maranhense, com arranjos de Israel Dantas e a sanfona de Zé Américo Bastos.

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
Mako Tanaka canta Engenho de Flores de Josias Sobrinho. Foto: Divulgação
Mako Tanaka canta Engenho de Flores de Josias Sobrinho. Foto: Divulgação (Mako Tanaka)

A cantora japonesa, Mako Tanaka, aquela que cantou Qui nem Jiló, nas Olimpíadas em Tóquio, mo Japão, também canta Engenho de Flores, com arranjo de Israel Dantas e sanfona de Zé Américo Bastos

Mako Tanaka é a tradutora contratada para acompanhar uma das equipes da TV Globo em Tóquio. Só que entre uma gravação e outra, para surpresa de todos. Mako começou a cantarolar músicas brasileiras. Em japonês. De brincadeira, o repórter da Tv Globo André Gallindo fez um vídeo e publicou nas redes sociais. Mako canta "Qui nem jiló", de Luiz Gonzaga, em japonês. E viraliza.

- Como é que é? Viralizou, é isso, viralizou - diz, surpresa, Mako.

Mais de meio milhão de visualizações, compartilhamentos, comentários, repostagem, até de gente famosa. Como de Gilberto Gil.

- Sério? Ah, não, mentira, mentira, eu sou muito fã - responde Mako.

- Gonzaga no Japão. O baião é uma marca brasileira importante - afirma Gil em vídeo.

- É realmente fantástico você ver ouvir uma japonesa cantando Luiz Gonzaga do outro lado do mundo - completa Elba Ramalho.

Mas não é apenas esse baião lançado em 1950 que está no repertório dessa japonesa. Mako nasceu e viveu em Kobe, no Japão. Até pouco tempo depois de a cidade sofrer o grave terremoto que matou 6 mil pessoas. Depois de sobreviver, ela decidiu mudar.

- Porque eu ganhei a outra vida eu quero viver, de uma outra forma, de um outro jeito - explica Mako.

Em outro país. De preferência sem terremotos e cheio de ritmos. Descobriu o Brasil.

- Eu não tinha coragem, não, é mas assim, naquele dia realmente eu ganhei coragem, eu vou, eu vou encarar - recorda a cantora japonesa.

O Rio de Janeiro foi o destino escolhido. E sem falar português, encarou a mudança. André Gallindo e Mako cantam “Qui nem jiló”, de Luiz Gonzaga, em japonês

- Não falava nada, nada. Zero, zero. Sabia cantar as músicas em português. Mas cantava tudo errado, tudo errado - brinca Mako.

Aprendeu do idioma à percussão. Passou a integrar um grupo musical, que toca a obra de Chico Buarque. E passou a fazer versões de clássicos brasileiros em japonês. Agora, ela volta ao Japão trazendo o que aprendeu morando vinte anos no país das últimas Olimpíadas.

- Vocês, o povo brasileiro, me passaram, me ensinaram tudo: é divertir viver de verdade - conclui Mako.

Ao fim dos Jogos, ela voltará ao Brasil. Mas sempre que bater saudade, ela já sabe, o remédio é cantar.

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