Visitar a Ilha do Reggae Brasileira e olhar para o tambor de crioula lembra como São Luís é vibrante, diz BiD

O paulistano Eduardo Bidlovski é produtor do Afrociberdelia, dos Bambas e Biritas 1 e 2, além do Jah-Van. Durante o programa, um faixa a faixa com a obra musical produzida por BiD marcante no cenário da MPB.

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
O produtor paulistano, Eduardo Bidlovski, o BiD, no Plugado, na Mirante FM. Foto: Arquivo/Google
O produtor paulistano, Eduardo Bidlovski, o BiD, no Plugado, na Mirante FM. Foto: Arquivo/Google (BiD)

EDUARDO BIDLOVSKI, conhecido no meio artístico 'brazuca', de BiD, foi o anfitrião e entrevistado, nesse domingo (4/70, na sala virtual do PLUGADO, na MIRANTE FM. Num bate-papo em três horas de programa com o jornalista PEDRO SOBRINHO, com direito a um FAIXA A FAIXA do que foi produzido musicalmente por ele, BiD relembrou a visita em São Luís em que ganhou de presente uma parelha do tambor de crioula de Mestre Amaral. Para ele, a visita foi de extrema importância por se sentir na "Ilha do Reggae Brasileira" como definiu a capital maranhense.

- Visitar São Luís pela primeira vez foi uma viagem muito especial que fiz com Otávio Rodrigues, jornalista, que morou em São Luís, teve programa de rádio por aí, grande parceiro que escreveu os textos no disco do Bambas Dois. Essa viagem foi de extrema importância pra mim conhecer de perto a Ilha do Reggae Brasileira, o carinho das pessoas, lembro do nosso bate-papo. Levei de presente este tambor de crioula do Mestre Amaral que está aqui em casa. E toda vez que olho pra ele lembro da cidade, das vibrações, dos dias que eu passei por aí. E quero voltar outra vez - elogia.

Entre uma pergunta e outra, BiD legitima ser um artista mundano, sensível, conceitual, intenso musicalmente e que gosta de experimentar em um Brasil, atualmente, carente de criatividade e poesia na música. Todas essas suas características estão concretizadas no icônico AFROCIBERDELIA (1996), de CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI, em que ele coloca as mãos e a mente de "REI MIDAS" para dar vida uma obra-prima que causou no movimento MANGUE BEAT, de Pernambuco, e ganhou o mundo.

Bambas & Biritas

Repentinamente, ele sabe o nome do próximo disco, sua sonoridade, enxerga nitidamente seu conceito e se põe a trabalhar. Hoje com 54 anos, o produtor musical paulistano já passou por diversas investidas sonoras, mantendo o traço de combinar gêneros musicais e artistas de diferentes gerações. Para ele, a química entre a velha guarda e nova escola prova uma reação sempre bem-vinda, assim como os raios de criatividade. Assim se define o BAMBAS & BIRITAS, volume 1 (2004) uma ideia que surge com o nascimento do filho de BiD. O disco é um mergulho GROOVADO no soul brasileiro e suas vertentes. Contou com Elza Soares, Seu Jorge, Carlos Dafé, Marku Ribas, etc e tal.

Já o volume 2 de BAMBAS & BIRITAS surgiu a partir de uma viagem à JAMAICA. O produtor Eduardo BiD, após ouvi-lo cantarolando algumas melodias do disco Francisco, Forró y Frevo (2008), de Chico César, pôs em mente a ideia de mesclar não só a música, mas a cultura da nação jamaicana com a da brasileira. Em Kingston, BiD participou de jams diárias com músicos locais. O lançamento físico de Bambas Dois veio acompanhado de um livro de xilogravuras, com poemas de cordel e explicações sobre cada instrumento típico usado na gravação. Entre os convidados para o trabalho estão Chico César, Dominguinhos, Karina Buhr e Ky-Mani Marley, filho de Bob Marley.

Djahvaneando

Já o álbum JAH-VAN (2018) é uma releitura de grandes clássicos de Djavan com outra proposta sonora, mais puxada para o Reaggae e Ska, como o nome sugere. Vale a pena 'djahvanear' o que há de bom no ritmo do reggae e do ska na releitura de Zeca Baleiro, Fernanda Abreu, Seu Jorge, Arnaldo Antunes, Criolo, entre outros.

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