São Luís no mês de junho faz a diferença. Aqui se vivencia a maior festa mais plural da Cultura Popular Brasileira. E todo o folguedo é concebido em terreiros, arraiais, espalhados pelos quatro cantos da Ilha. Infelizmente, não visitei todos esse ano, mas pude observar à distância que a festa continua bonita pela versatilidade de ritmos e cores.
Aproveitei o dia de São Pedro, o meu "xará", para curtir o show de Alceu Valença, no Arraial da Lagoa. Uma noite especial, pois assisti ao show de Amigo da Verdadeira Arte. Alceu é o tipo do músico que se reinventa olhando para sua obra de modo crítico e pro mundo de modo mágico, criando uma Olinda mítica, quase Pasárgada onde quer que ele passe.
Nesse show de uma hora e quinze minutos, Alceu entrou no palco com um chapéu de Luiz Gonzaga, trocou por um de bumba meu boi do Maranhão e um chapéu russo convocando a todos para um espetáculo em que não faltou o lúdico, cênico, xote, xaxado, coco, ciranda, galope, pagode russo e maracatu, definido por ele, como irmão do bumba meu boi do Maranhão. Castigou com canções autorais, do maranhense João do Vale (Canto da Ema) e de Luiz Gonzaga, as maiores autoridades da música regional nordestina e brasileira.
Fechei o meu ciclo junino em uma noite divertida proporcionada por um multiculturalismo junino homogêneo e intenso, visto por um mar de gente no Arraial da Lagoa, além da presença de Alceu Valença: um bravo nordestino, "manguepai", "mangueboy", que trouxe o seu Pernambuco profundo para a boca do cenário musical brasileiro. Tudo isso é feito com anos de estrada, vigor e profissionalismo.
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