A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) uma operação que busca combater um grupo criminoso especializado em fraudar licitações em Cachoeira Grande, a 106 km de São Luís. Seis mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesse município, em Bacuri, São José de Ribamar e na capital maranhense.

Batizada como Deterrimus, a operação é decorrência do encaminhamento de informações por parte do Ministério Público de Contas do Estado do Maranhão,  que identificou suposta simulação e direcionamento em uma licitação que visava a contratação de empresa para aquisição de material de limpeza e descartáveis para as secretarias municipais de Cachoeira Grande. O valor dos contratos somados chegam a R$ 430.023,77.

Segundo a PF, foi possível identificar a existência de ligações financeiras entre os empresários que participaram do processo licitatório, além de grande probabilidade de utilização de empresas de fachada - muitas sequer foram encontradas durante as investigações.

Também foi verificado que os empresários responsáveis por essas supostas empresas de fachada receberam benefícios assistenciais entre 2020 e 2021, indicando serem laranjas que atuam na estrutura criminosa. De acordo com as investigações, essas pessoas não ostentam patrimônio compatível com a estrutura das empresas que supostamente administravam.

Quarenta policiais federais cumpriram as determinações judiciais expedidas pela 1ª Vara Federal Criminal da SJMA, decorrentes de representação elaborada pela Polícia Federal. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação (artigo 337-F do Código Penal), lavagem de capitais (artigo 1º, da Lei n.º 9.613/1998) e associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), com penas que somadas podem chegar a 21 (vinte um) anos de prisão.

O nome da operação possui relação de oposição com o nome do principal alvo das investigações. Deterrimus, em latim, significa muito pior, sendo sinônimo de péssimo.

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