Maior facilidade de acesso ao crédito e melhor infraestrutura para escoamento da produção foram as principais reivindicações dos representantes dos produtores agropecuários. Eles estiveram reunidos terça (2) com representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e da Agricultura durante a audiência pública realizada na Comissão de Agricultura da Câmara.
O vice-presidente da comissão, deputado Moreira Mendes, do PSD de Rondônia, afirmou que o objetivo da reunião era justamente colocar num mesmo ambiente para expor seus problemas representantes de diversos segmentos agrícolas e do governo para ouvir e se sensibilizar.
"O governo precisa deixar um pouco de lado o faz de conta. Faz de conta que tem um plano safra que resolve o problema, faz de conta que temos um seguro agrícola que resolve o problema, quando a gente sabe que não é verdade. O governo precisa entender que este talvez seja o setor mais importante da economia brasileira e que merece uma atenção diferenciada."
A superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária, CNA, Rosimeire Cristina, afirmou que a falta de infraestrutura pode levar o Brasil a sofrer embargos e suspensão nos contratos de exportação, prejudicando o PIB nacional e os produtores.
"Hoje o Brasil não tem condições de escoar a produção que ele tem. Um exemplo disso: ano passado a gente teve uma expansão da produção de milho, aumentou-se as exportações. As exportações de milho congestionaram os trabalhos nos portos que, por sua vez, congestionaram os trabalhos de exportação de soja, que vai empurrar o açúcar, que vai empurrar o milho. Ou seja, o ano logístico no Brasil em 2013 não será bom."
O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário da Silva, também reclamou da falta de infraestrutura. Ele explicou que o país já avançou muito na questão do crédito e agora é a hora de investir em estrutura para que os produtores - que investiram no aumento da safra - não sejam punidos. Cesário da Silva afirmou que é hora de o governo ampliar suas ações e não ficar restrito à concessão de crédito.
"O agricultor se capitalizou, os recursos existem em profusão no mundo inteiro e o governo mascara uma proteção pro campo através de recursos. Quando nós hoje estamos produzindo e não conseguimos entregar."
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Gueller, informou que algumas obras já estão sendo concluídas e devem desafogar o escoamento da produção já a partir de 2014.
"Alguns gargalos já estão sendo resolvidos: o eixo da 163 [BR], que é extremamente importante porque vai começar a levar a produção de soja, de milho, de algodão, que exporta pelo eixo da 163, sentido Santarém, e de lá pelo rio para levar para o mundo inteiro, com uma redução de custos de produção de cerca de 30% até 50% do custos de produção em função do termo logística. Isso vai contemplar a produção do Mato Grosso, mas o que é mais importante: vai desafogar os portos de São Paulo e do Paraná."
Segundo Neri Gueller, o governo ainda não fechou o número exato para financiamento da próxima safra, mas deve ficar em torno de R$ 120 bilhões.
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