MARANHÃO - Em coleta de dados feitos pelos Cartórios de Registro Civil do Maranhão, apontam que cerca de, 146 crianças ficaram órfãs dos pais em decorrência da Covid-19. São crianças de até seis anos de idade que perderam um dos pais, vítimas do vírus entre o de período de março de 2020, a setembro de 2021.

As informações foram apuradas a partir do cruzamento de informações do CPF dos pais, junto aos registros de óbito, e dados nos registros de nascimento das crianças. De acordo com o promotor da infância e da juventude, Márcio Thadeu Marques, a coleta dos dados dessas crianças órfãs, é necessária para atender às suas necessidades, facilitando a implementação de políticas públicas e dar visibilidade à situação das crianças.

“É preciso que haja, inicialmente, a desinvibilização (sic) dessas crianças e adolescentes […] a partir dessa premissa é que vamos poder melhor atender às suas necessidades, que são de diversas ordens: educacionais; de saúde mental; de assistência social’’, disse o promotor.

Em sessão na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em 18 de outubro de 2021, o depoimento da jovem de 19 anos Giovanna Mendes Gomes, natural de São Luís, contou que após o falecimento dos pais em decorrência da Covid-19, será a nova chefe da família, pois ficará com a guarda da irmã mais nova de apenas 10 anos.

“Assim que tudo aconteceu, eu senti 2 impactos. Eu e minha irmã, a gente teve um impacto emocional a princípio e, depois, impacto financeiro… Porque a gente tinha os 2 esteios da nossa vida, os 2 pilares, as pessoas que cuidavam da gente, que sustentavam e faziam tudo, a gente não tinha essa responsabilidade.”, disse Giovanna

A fala de Giovanna viralizou nas redes sociais por emocionar o interprete de libras do senado, em que pediu para ser substituído após fala da jovem. "Quando meus pais faleceram, a gente perdeu as duas pessoas que a gente mais amava. E eu vi que eu precisava da minha irmã, e ela precisava de mim, eu me apoiei nela e ela se apoiou em mim."

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