SÃO LUÍS – Começou nesta segunda-feira (19), no Maranhão, a coleta de informações da "Pesquisa Nacional de Saúde" (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde (MS) e coordenação técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo principal da pesquisa inédita no país é construir um amplo painel sobre as condições de vida da população brasileira. Pela primeira vez, os moradores selecionados farão exames de laboratório e pressão.

Até novembro deste ano, cerca de mil entrevistadores visitarão 80 mil domicílios em 1,6 mil municípios brasileiros para conhecer o estilo de vida da população. Na semana passada, foi treinada a primeira equipe que vai a campo coletar as informações no Maranhão – onde serão coletados dados em 59 municípios. A nova pesquisa será amostral, e a expectativa é de que ela deva ser realizada a cada cinco anos. A temática já foi objeto de investigação em outras oportunidades pelo IBGE, a exemplo da Pesquisa por Amostra de Domicílio (Pnad) 2008. A diferença, no entanto, é, segundo o instituto, sua magnitude e complexidade, incluindo recortes territoriais que a Pnad não trouxe.

De acordo com o chefe da unidade do IBGE no Maranhão, Marcelo Virgínio de Melo, é uma oportunidade de traçar políticas públicas na área da saúde. "Nunca, no Brasil, foi feita uma pesquisa de tão grande escala para esse tipo de aferição e utilizando os equipamentos e logística necessários. O IBGE, nesse sentido, ele tem a facilidade de ser extremamente 'capilarizado' e de sua metodologia de aplicação de questionários ser reconhecida internacionalmente. Então, acaba facilitando a investigação e, também, dando chancela de metodologia já testada para tal feito", disse em entrevista ao Imirante na manhã desta segunda-feira – ouça a entrevista na íntegra.

Pelo cronograma, a coleta das informações nos domicílios deve ocorrer até o mês de novembro deste ano. A partir de dezembro, o IBGE terá seis meses de prazo para fazer a tabulação e verificação dos dados. A expectativa é divulgar os resultados da pesquisa entre maio e agosto de 2014.

Metodologia

A pesquisa ocorrerá em duas etapas. A primeira consiste no preenchimento de um questionário, que captará informações de todos os moradores, em todos os domicílios visitados. O morador de maior de idade responderá outro questionário e terá medidos peso, altura, circunferência abdominal e pressão arterial. Na segunda etapa, aplicada em 25% dos setores em que a pesquisa se realizará, o mesmo morador – selecionado para as medidas antropométricas e de pressão arterial – fará exames laboratoriais de sangue e urina.

Os domicílios a serem visitados foram selecionados de forma aleatória, com base nos dados do Censo de 2010. Nos 59 municípios maranhenses que serão investigados, o IBGE vai considerar 60 setores censitários e, em cada um, 13 domicílios serão visitados. "É aleatório. É partir de uma amostra retirada do Censo de 2010, que a gente chama de amostra mestra, e, dentro desses domicílios, o sistema faz uma amostra aleatória para a identificação do domicílio a ser investigado, assim como, na hora da entrevista, será feita uma amostragem aleatória dos moradores com mais de 18 anos que, também, dará informações complementares a essa pesquisa", explica.

Uma lei, de 1968, obriga todas as pessoas físicas e jurídicas a prestar informações solicitadas pelo IBGE, mas, segundo o chefe da unidade do IBGE no Estado, o instituto prefere conscientizar a população da importância da realização da pesquisa. "O IBGE não se utiliza dessa prerrogativa e prefere utilizar a conscientização e as táticas de abordagem que nós temos junto à população brasileira, mostrando a necessidade de se responder essa informação", afirma Marcelo Virgínio.

Ele reafirma o sigilo dos dados coletados. "É importante frisar que, se der alguma anomalia, essa pessoa será contatada pelo IBGE para se dirigir a um posto de saúde ou local credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e, também, que as informações coletadas farão parte de um banco de dados, mas sem a identificação da pessoa", completa.

Identificação

As equipes que vão a campo para coletar os dados podem ser facilmente identificadas, conforme o que afirma Marcelo Virginio. "Além do crachá de identificação que tenha o número de matrícula do servidor e o nome dele, nós teremos, também, o próprio PDA (um computador de bordo, onde estão os questionários a serem aplicados), ele vem com o case, a cobertura dele, com o timbre do IBGE característico, e, qualquer dúvida que ele tenha, ele pode entrar no site ou telefonar para o IBGE perguntando sobre aquela pessoa, se ela está, ou não, credenciada para realizar a pesquisa", conclui.

O endereço eletrônico do IBGE é www.ibge.gov.br. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (98) 2106-6000 e 0800-721-8181 (ligação gratuita).

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