Nesse domingo

Em protesto, índios derrubam torre de energia no Maranhão

Uma das exigências é que a Eletronorte deixe de fazer a distribuição de cestas básicas e faça o repasse de dinheiro.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h53
Torre foi derrubada na Aldeia Coquinho.
Torre foi derrubada na Aldeia Coquinho. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

JENIPAPO DOS VIEIRAS - Índios Guajajaras derrubaram, na manhã desse domingo (12), uma torre de energia na Aldeia Coquinho, uma das 20 aldeias da Reserva Canabrava, no município de Jenipapo dos Vieiras.

A ação dos índios, que pertencem a quatro territórios, foi um protesto em que pedem que Eletronorte deixe de fazer a distribuição de cestas básicas e faça o repasse de dinheiro diretamente à comunidade, que assim poderá escolher onde comprar. Eles também querem que a Fundação Nacional do Índio (Funai) transfira dois funcionários que trabalham na aldeia.

Por meio de nota, a Eletronorte informa que a linha está desligada e que as equipes aguardam a mobilização das forças policiais para iniciar a recuperação. A empresa também disse já registrou boletim de ocorrência, solicitou a apuração dos fatos e a devida responsabilização. Leia a nota na íntegra:

"A Eletronorte informa que a linha está desligada e que a Empresa já obteve autorização judicial para ingresso de técnicos da Eletronorte e policiais federais na Terra Indígena Guajajara para inspeção e reparo nas torres de transmissão. As equipes aguardam a mobilização das forças policiais para dar início à recuperação.

A Empresa informa, ainda, que as equipes atuaram junto ao Operador Nacional do Sistema para que o fornecimento de energia não fosse interrompido.

Em relação à declaração sobre um convênio datado de 2014 mencionado pelos Guajajara, a Eletronorte esclarece que não existe um convênio pendente, e sim uma Ação Civil Pública em andamento no Ministério Público Federal, assim como na Justiça Federal, na qual o papel da Eletronorte seria desenvolver um estudo ambiental simplificado do componente indígena, o que já foi realizado pela Empresa e aprovado pela Funai. No momento a Eletronorte aguardava a Funai concluir as oficinas para cumprir o seu papel dentro das ações antecipatórias, mas não houve consenso entre algumas lideranças indígenas e a Funai sobre as ações a serem realizadas. Tão logo haja a decisão, a Eletronorte está pronta para finalizar o processo e realizar o aporte financeiro.

A Eletronorte esclarece também que mantém um canal de diálogo permanente com as comunidades indígenas, e que a negociação é uma prática com diversas comunidades ao longo da história da Empresa. No entanto, ciente do seu compromisso de gerar e transmitir energia para o Sistema Interligado Nacional, e de garantir esse serviço à sociedade, a Eletronorte manifesta que já registrou boletim de ocorrência, solicitou a apuração dos fatos e a devida responsabilização. Trata-se de uma situação grave, com consequências e prejuízos para toda a população brasileira.

Dessa forma, continua à disposição para o diálogo com a comunidade, com o apoio da Funai, reiterando seu compromisso com o fornecimento de energia para o país."

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