São Luís – Dando continuidade à série de estudos setoriais, a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) lançou nessa primeira semana de outubro, o 3º estudo setorial da Indústria, elaborado pela Coordenadoria de Ações Estratégicas da Federação, sob a responsabilidade do economista José Henrique Polary.
Esse estudo traça um cenário da indústria de produtos químicos e faz parte da série de publicações online sobre setores industriais relevantes para o desenvolvimento do Maranhão.
De acordo com o estudo “Indústria de produtos químicos–estudo setorial”, a fabricação de produtos químicos concentra 5,3% do PIB da indústria de transformação, 5,5% do emprego e 3,4% dos estabelecimentos com 5 ou mais empregados.
Ainda segundo o estudo compõe o segmento a fabricação de adubos e fertilizantes, cloro, gases industriais, petroquímicos básicos, resinas, fibras, defensivos agrícolas, desinfetantes domissanitários, sabões e detergentes sintéticos, produtos de limpeza e polimento, perfumaria e higiene pessoal, tintas esmaltes, impermeabilizantes, solventes, adesivos, aditivos de uso industrial, dentre outros.
O estudo retrata que a importância da fabricação de produtos químicos entre as principais atividades industriais da economia brasileira. Está presente em quase todas as atividades econômicas, seja na agricultura, seja no setor industrial ou até mesmo em alguns serviços (segmento de saúde, por exemplo). Possui variados níveis tecnológicos, diferentes escalas de produção e empresas de todos os tamanhos.
A indústria química é, fundamentalmente, produtora de insumos para outras empresas que produzem bens de consumo final ou intermediário de todas as atividades econômicas. Destaca-se no setor automobilístico, na produção de produtos cerâmicos, de tintas e tantos outros produtos utilizados na construção civil, de celulose e papéis, de gráficas, de cosméticos, de desinfetantes e outros produtos de limpeza, entre tantos.
Estima-se que a indústria de produtos químicos responda por cerca de 10% de Produto Interno Bruto industrial brasileiro e algo em torno de 2,5% do PIB Total. É responsável pela geração de, aproximadamente, dois milhões de empregos diretos e indiretos.
MA – Segundo dados do IBGE (Cadastro Geral de Empresas), registrava-se, em 2018, um total de 72 unidades locais fabricantes de produtos químicos, equivalentes a 4,5% do total da região Nordeste. Esta, por sua vez, com 1.586 unidades, representava 14,1% das indústrias brasileiras do gênero.
Não há registro de unidades de fabricação de produtos químicos orgânicos, de fibras artificiais e sintéticas e de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários no Maranhão, diferente do Nordeste, onde esses estabelecimentos somam 60, 15 e 44, respectivamente. Isto contribui para que representatividade da indústria de produtos químicos no Nordeste (2,9% das indústrias de transformação) seja maior que no Maranhão (2,4%), em 2018.
Ressalte-se, por outro lado, que as indústrias que fabricam sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal são mais significativas no Maranhão (54,2% de todos os fabricantes de produtos químicos) do que no Nordeste (51,1%).
As indústrias químicas estão concentradas em oito municípios do Maranhão: Açailândia, Caxias, Imperatriz, Pedreiras, São João dos Patos, São Luís, Timon e Trizidela do Vale. Em quatro desses municípios (Açailândia, Imperatriz, São Luís e Timon), encontram-se também unidades fabricantes de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins.
No período de 2010 a 2018, a indústria de produtos químicos no Maranhão atinge dois pontos de pico, em 2013 e 2017, com 76 unidades fabris. No primeiro, tem-se uma recuperação de atividade após os impactos negativos provocados pela crise de 2009; no segundo, novamente um processo de recuperação depois das dificuldades criadas pela crise econômico-financeira iniciada em 2014.
Na medida em que as indústrias de transformação como um todo são também afetadas pelas crises, as unidades fabricantes de produtos químicos conseguem manter uma trajetória crescente de participação, saltando de 2,19%, em 2010, para 2,36% em 2018, depois de 2,43% em 2017, denotando a diferenciação entre o ritmo de variação das unidades de produtos químicos em relação ao total das indústrias de transformação.
O estudo aponta que o Maranhão foi o único estado da região Nordeste que conseguiu aumentar o número de unidades locais fabricantes de produtos químicos, entre 2010 e 2018 (acréscimo de duas unidades), enquanto as perdas maiores se deram na Bahia, Sergipe, Pernambuco e Ceará.
Na relação comparada com o Nordeste, nesses oito anos, o Maranhão quase dobrou sua participação no contexto regional de emprego na indústria de produtos químicos, sinalizado um grau de importância significativa. Saltou de 4,6%, em 2010, para 8,2% em 2018, de acordo com o Cadastro Central de Empresas/IBGE.
“O estudo mostrou a importância relativa da indústria de produtos químicos no Maranhão e no Nordeste, abordando sua composição e a evolução ao longo do período 2010 a 2018, com uma trajetória pouco regular nesse intervalo. Ela é responsável por 1,7% do PIB industrial maranhense, em 2018. O segmento de produtos químicos, no contexto mundial, vem ganhando impulso cada vez maior com a crise sanitária da pandemia do novo coronavírus, que levou a sociedade a mudar seus hábitos de limpeza e higiene, aumentando a demanda pelos produtos dessa linha e induzindo as empresas a inovações que levem à diversificação produtiva, de como a melhor atender a demanda dos consumidores. Nesse sentido, o cenário de curto e médio prazo é altamente positivo para a indústria de produtos químicos”, destaca Polary.
O estudo completo sobre o setor pode ser baixado no formato de e-book, no site da FIEMA, www.fiema.org.br/publicacoes
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