Justiça

Flávio Dino e André Mendonça têm discussão acalorada durante sessão do STF

Ministros divergiram sobre punições a ofensas contra servidores.

André Richter / Agência Brasil

Atualizada em 07/05/2025 às 20h12
André Mendonça e Flávio Dino, ministros do STF.
André Mendonça e Flávio Dino, ministros do STF. (Reprodução)

BRASÍLIA - Os ministros Flávio Dino e André Mendonça tiveram uma discussão acalorada durante a sessão desta quarta-feira (7) do Supremo Tribunal Federal (STF).

O episódio ocorreu durante o julgamento que discute a constitucionalidade do artigo do Código Penal que prevê aumento de pena para crimes contra a honra praticados contra servidores públicos.

No entendimento de Mendonça, xingamentos contra servidores não justificam o agravamento da pena. O ministro citou como exemplos casos em que políticos são chamados de "ladrão".

"O que se espera do servidor público é estar sujeito a críticas. Mais ácidas, injustas, desproporcionais", afirmou.

Após a afirmação, Flávio Dino rebateu a fala de Mendonça.

Confira o diálogo:

  • Mendonça: "Ladrão é uma opinião sobre a pessoa. Não é um fato específico."
  • Dino: Ministro André, para mim é uma ofensa grave. Não admito que alguém me chame de ladrão. Quero só informar Vossa Excelência que, por favor, consignemos todos que eu não admito. Na minha ótica, é uma ofensa gravíssima."
  • Mendonça: "Se uma pessoa não puder chamar um político de ladrão?"
  • Dino: "Ministro do Supremo pode?"
  • Mendonça: "Eu não sou distinto dos demais."
  • Dino: "Se um advogado subisse na tribuna e dissesse que Vossa Excelência é ladrão, eu ficaria curioso para ver a reação de Vossa Excelência."

Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes disse que ofensas contra servidores devem ser tratadas como crime, e não como liberdade de expressão ou cerceamento de críticas contra políticos e juízes, por exemplo.

"Eu acho extremamente grave alguém me chamar de ladrão. Não é porque a pessoa optou pelo serviço público que ela perde a honra, perde a dignidade. A pessoa tem que saber o limite da crítica", completou Moraes.

Após a discussão, julgamento do caso foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (8).

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