Capoeira!

Dia do capoeirista: saiba mais sobre uma das manifestações culturais mais comum em São Luís

A capoeira já foi crime, hoje é patrimônio cultural imaterial da humanidade.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h30
A capoeira era uma ferramenta de resistência dos escravos brasileiros.
A capoeira era uma ferramenta de resistência dos escravos brasileiros. (Foto: Reprodução/Internet)

BRASIL - Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A escolha do 3 de agosto para celebrar o Dia do Capoeirista é uma homenagem a criação da Lei nº 4.649, de 1985, do governo do estado de São Paulo, que instituiu oficialmente esta data como comemoração a todos os capoeiristas.

Ao longo do século XIX, diversas leis foram gradualmente acabando com a escravidão no Brasil, culminando com sua abolição definitiva na chamada lei Áurea em 1888. Porém o fim da escravidão significou outra forma de sofrimento para os ex-escravos. Com a obrigatoriedade do regime assalariado de trabalho, os empresários passaram a dar preferência a imigrantes europeus e asiáticos em vez de contratar os ex-escravos, que passaram à condição de desempregados.

A capoeira passou então a ser utilizada em brigas de rua. Formaram-se as chamadas "maltas de capoeira", grupos de desordeiros que acrescentaram a navalha e a bengala aos movimentos da capoeira. As maltas eram contratadas por políticos para desorganizar e fraudar eleições.

Os capoeiristas também eram contratados para servir de segurança de bares e boates. As maltas passaram a ser combatidas pelo governo e a capoeira foi quase extinta. O código penal brasileiro de 1890 incluía a prática da capoeira na lista dos crimes.

A aceitação da capoeira pela sociedade ocorreu devido ao trabalho de divulgação da capoeira realizado por Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, ao longo do século XX. Mestre Bimba sistematizou o ensino de capoeira, criando uma versão mais dinâmica da luta e dando-lhe o nome de "luta regional baiana".

Com o tempo, o nome foi simplificado para "regional", que ficou sendo o nome do estilo de capoeira criado por mestre Bimba. Ao contrário da capoeira convencional, que era praticada nas ruas, a capoeira regional de mestre Bimba era ensinada em academias, seguindo o modelo das artes marciais estrangeiras que penetravam o país nessa época, como o judô, o caratê, o kung-fu etc. Isso contribuiu para dar maior respeitabilidade à capoeira, que passou a contar com uma metodologia e um sistema de graduação dos alunos e professores. Em 1953, mestre Bimba apresentou a capoeira ao presidente brasileiro Getúlio Vargas, que, na ocasião, declarou ser a capoeira "o único esporte verdadeiramente nacional”.

Patrimônio

Em 26 de novembro de 2014, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.

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